Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Notas

G Indica

 |

DVD

Tatuagem

(Brasil, 2013). Direção de Hilton Lacerda. Com Irandhir Santos e Jesuíta Barbosa. Imovision. 110 min. Classificação indicativa: 16 anos. Apenas para locação. Drama.

Vencedor do Kikito de melhor filme no Festival de Gramado 2013, e do Prêmio Especial do Júri do Festival Internacional do Rio de Janeiro, Tatuagem se passa em 1978, ano em que a ditadura militar começa a dar sinais de esgotamento, com o fim do Ato Institucional Nº 5 (AI-5) e a possibilidade concreta de uma Lei de Anistia, promulgada um ano mais tarde. A ação do longa-metragem é centrada, principalmente, mas não apenas, em uma trupe de artistas, que se apresenta em um misto de teatro e cabaré chamado Chão de Estrelas, na região de Recife. O grupo – inspirado em uma companhia chamada Vivencial Diversiones, que de fato existiu naquela época, entre 1972 e 1981 – provoca a moral estabelecida por meio de atitudes irreverentes e provocativas, dentro e fora das apresentações.

O Chão de Estrelas é liderado por Clécio (Irandhir Santos, melhor ator em Gramado), que se apaixona por Fininha (Jesuíta Barbosa, premiado no Festival do Rio), um jovem soldado do interior pernambucano que descobre no cabaré um espaço de liberdade, em oposição à rotina de disciplina e opressão do quartel.

Preste atenção: Apesar de a trama se passar há 35 anos, o filme discute temas muito contemporâneos, como o neoconservadorismo emergente no país. (PC)

HQ

O Processo

Franz Kafka. Ilustrações de Chantal Montellier e roteiro de David Mairowitz. Tradução de Letícia de Castro. Veneta, 128 págs., R$ 34. Quadrinhos.

Adaptação em quadrinhos do romance O Processo, clássico do autor tcheco Franz Kafka. A história é famosa: um homem comum, Joseph K, numa manhã qualquer, é preso em seu quarto por razões não explicadas e se vê envolvido em um atordoante processo judicial sem saber quem, nem de que o acusam.

A luta entre o cidadão e a burocracia arbitrária, absurda e autoritária foi belíssimamente transposta para o universo dos quadrinhos por Chantal Montellier, uma das mais importantes desenhistas francesas, com trabalho de destaque na lendária revista Métal Hurlant.

Já o roteiro de Mairowitz captura a atmosfera sombria e o humor da obra de Kafka e faz um retrato árido da burocracia, tão atual e relevante hoje em dia quanto quando foi escrito. Mairowitz coleciona prêmios como documentarista da rede britânica de tevê BBC e também é escritor e dramaturgo – O Processo já havia sido adaptado por ele para o teatro.

Preste atenção: A obra de Kafka tem dado muita sorte nos quadrinhos. A adaptação de A Metamorfose (Conrad, 2008), de Peter Kuper, já tinha sido aclamada como uma das melhores HQs da história. Esta aqui está no mesmo nível. (SM)

CD 1

Massagueira

Fino Coletivo. Sopro Escritório de Cultura/Independente. Download grátis em www.finocoletivo.com.br. Pop.

Era uma ótima para o último carnaval, mas o terceiro CD do Fino Coletivo, grupo de cariocas e alagoanos formado em 2005 no Rio de Janeiro, só saiu este mês. Mas ainda vale conferir o pop requintado da banda, que mistura samba, funk, reggae, afoxé e outros ritmos dançantes para embalar letras inteligentes e bem-humoradas, como "Tudo Fica Lindo", e canções inspiradas, como "Iracema", dedicada a uma empregada doméstica que "mora longe da patroa/ Chega cedo e volta tarde numa boa", e por isso "tem no céu/ Um Deus que é todo dela em pessoa".

Preste atenção: na faixa "Como É Que a Gente Se Ajeita", de melodia e harmonia mais tortas e pegada mais experimental, que revela um pouco da filosofia musical do grupo e dá a chave para captar o novo disco: "A evolução pra mim é a simplicidade/ Que a complexidade não pode alcançar/ Provocando um desconcerto musical". Um bom ponto a ser discutido pelos ouvintes e artistas adeptos da dificuldade como requisitos para a boa música. (RRC)

CD 2

Supermodel

Foster The People. Columbia. R$ 24,90. Indie Rock.

Segundo álbum da banda de indie rock de Los Angeles Foster The People, Supermodel traz a mesma essência dançante e divertida do álbum de estreia, Torches, que teve considerável sucesso comercial nos Estados Unidos, onde entrou para listas de álbuns mais vendidos ao longo de 2011 e 2012. Apesar de seguir a linha trabalhada pelo grupo desde o início, o novo disco, gravado entre 2012 e 2013 e coproduzido por Mark Foster e pelo músico britânico Paul Epworth, inova nos temas das letras, que abordam assuntos como o consumo, os anseios contemporâneos pelo sucesso e ascensão e a busca frenética pelo dinheiro. De janeiro até agora, a banda lançou três singles para divulgar o álbum: "Coming Age", "Pseudologia Fantastica" (uma das baladas do trabalho) e "Best Friend".

Não deixe de ouvir: "Ask Yourself", com letra que questiona o desejo das pessoas por sempre querer "ser mais", e "Goats in Trees", uma das melhores baladas do disco. (IR)

EP

Chulahoma

The Black Keys. Deckdisc. R$ 24,90. Blues/Rock.

A banda Black Keys precisou da paciência de um Buda para ser reconhecida pelo grande público. Foi após onze anos de estrada, com o lançamento de Brothers (2010), que a dupla Dan Auerbach (vocais e guitarra) e Patrick Carney (bateria) rompeu a cortina da invisibilidade.

O relançamento do EP Chulahoma pela Deckdisc vem como um bônus retrô aos fãs da banda, já que traz versões de Junior Kimbrough, bluesman que inspirou quase todos os riffs poderosos e sofisticados que fizeram o grupo se tornar relevante – ao menos nos últimos quatro anos. O disco foi lançado originalmente pela Fat Possum, em 2006.

Em tom de homenagem e celebração, o álbum traz versões – nada fiéis e às vezes psicodélicas – dos blues sujos e ao mesmo tempo melancólicos de Kimbrough, que morreu em 1998. Entre as seis faixas, preste atenção na pesada "Have Mercy on Me."

Caso antigo: O Black Keys sempre reverenciou o blues, combustível de seu rock. Kimbrough foi lembrado também em 2002, no álbum de estreia da banda, com "Do the Rump"; e em 2005, com "My Mind Is Ramblin’", em um tributo ao artista. (CC)

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.