
Toda banda tem um disco do qual gostaria de se livrar ou que, pelo menos, vê como uma "experimentação". O Garbage, que apareceu com disco homônimo de 1995, fugiu de sua sonoridade em 2001, com Beautiful Garbage, e tardou um pouco a resgatar suas raízes. Depois de sete anos sem lançar um álbum (o último havia sido em 2005, Bleed Like Me), eles voltam com Not Your Kind Of People que chegou ao Brasil no início deste mês, e cuja turnê começou nesta semana em Samara, na Rússia. A banda já anunciou que, em 2013, virá para a América Latina, e deve passar no Brasil (ainda sem data definida).
No novo álbum, o Garbage corta um pouco a carga eletrônica presente nas produções anteriores e deixa as guitarras aparecerem a opção, talvez, se deva muito ao baterista Butch Vig. Ele foi produtor "apenas" do essencial Nevermind, do Nirvana, e de outros discos não menos necessários para quem gosta de rock, como Siamese Dream, do Smashing Pumpkins, e Dirty, do Sonic Youth. O grupo formado em Madison (Wisconsin), nos Estados Unidos, finalmente se aliou novamente com o rock.
Foi um alívio para os fãs que há tempos buscavam encontrar um pouco da força das faixas lançadas em 1995, como "Supervixen" e a hit "Only Happy When it Rains". Logo na primeira música da nova obra, "Automatic Systematic Habit", pode-se ouvir a conhecida mistura entre distorções e eletrônico presente nos trabalhos do Garbage. A canção que intitula o disco, "Not Your Kind of People", também lembra a sonoridade inicial. Pode-se pensar que há aí um Garbage nostálgico, repaginando coisas do passado. Mas, não. Encontramos integrantes que não querem se desligar da sua essência, mas que trazem novos elementos, sem saudosismo ou canções datadas.
São nas baladas do novo disco, como "Control" e "Sugar", que a voz da front girl Shirley Manson se sobressai. As letras, como de costume, falam do sombrio e de melancolia, mas o disco tem espaço para músicas mais enérgicas e dançantes, como "Man on a Wire."
Desfecho
As três últimas faixas são regulares, sem força necessária para encerrar bem o disco, que não tem o mesmo cuidado de Version 2.0 (de 1998), até agora o melhor trabalho do Garbage. GGG




