Com a saída "inesperada" do vocalista Guilherme Saldanha, o Sal, e com um repertório inédito a ser apresentado ao vivo em Curitiba as músicas do disco Feras Míticas (2013), eleito um dos melhores álbuns nacionais daquele ano a banda paulista Garotas Suecas toca no Jokers, nesta sexta-feira. Na ocasião, divide o palco com a Trombone de Frutas. Em ascensão, o grupo curitibano acaba de voltar de uma turnê na Argentina e divulga o clipe de "Taca Fogo/Tristeza", música do álbumChanti, Charango? (2014).
"O disco já tinha essa característica de ter cantores diferentes", explica o guitarrista Tomaz Paoliello, referindo-se à saída do antigo vocalista do Garotas Suecas. Agora no esquema "todo mundo junto", Irina Bertolucci (teclados), Fernando Machado (baixo), Nico Paoliello (bateria) e o próprio guitarrista dividem os vocais das músicas psicodelicamente suingadas do segundo disco dos paulistas, sucessor de Escaldante Banda (2010), álbum que, com sua brasilidade irreverente, abriu portas internacionais para o quinteto: o grupo tem obras editadas nos EUA e Europa, e participação em festivais como Primavera Sound (Barcelona) e o South by Southwest (Austin), Bumbershoot (Seattle) além de elo gios do The New York Times e troféu do Premios de la Música Independiente 2014 (Espanha) na categoria "melhor artista brasileiro".
Nos últimos anos, entretanto, pé no freio. "Tivemos convite para tocar nos Estados Unidos e na Espanha. Mas, depois da saída do Sal, precisávamos de um certo tempo para nos reestruturarmos", diz Paoliello.
No palco, hoje à noite, o Garotas Suecas pretende demonstrar a maturidade que, de acordo com o músico também doutorando em Relações Internacionais , guiou a concepção de Feras Míticas. "Sabíamos o que queríamos. Quando escutamos o disco, todos nós achamos mais bem acabado. Também houve uma certa transformação da imagem da banda, e do próprio público. Foi interessante", afirma o músico, para quem o álbum é "mais reflexivo", enquanto Escaldante Banda cuja música "Banho de Bucha" ganhou um clipe com a participação de Jacaré, aquele do É o Tchan é na base da "porrada."
Prestes a completar 10 anos, o Garotas Suecas prepara o lançamento de um novo EP, que estará, em termos de sonoridade, num meio termo entre o primeiro e o segundo disco. Ao final da entrevista, uma confissão que deve encontrar ecos reprimidos por aí. "Nosso lance sempre foi fazer um som que DJs toquem na pista de dança."
