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O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, informou nesta sexta-feira (11) que não vai mais processar a empresa Google Brasil. Segundo Kakay, um representante do site entregou uma carta em mãos, na qual a empresa trata especificamente do caso envolvendo a atriz Carolina Dieckmann, que teve fotos dela, nua, divulgadas na internet. O Google, segundo o site G1, mostrou ao advogado as dificuldades técnicas para impedir as buscas às fotografias.

"Agora, vamos mandar para o Google uma resposta à carta. Mas não justifica processá-lo, tendo em vista essa abertura demonstrada e o contato, esse diálogo que se estabeleceu. Ficou de bom tamanho", disse o advogado, ao G1.

Nesta quinta-feira, Kakay chegou a anunciar que daria entrada nesta sexta (11) numa ação civil inibitória contra o Google, exigindo que a empresa retire do ar a ferramenta que permite a localização dos sites que estão divulgando as fotos de Carolina nua. As imagens foram furtadas de computador da atriz.

Segundo Kakay, a polêmica envolvendo a atriz vai servir para abrir a discussão a respeito da legislação e a punição para esse tipo de crime. "Esse caso serviu para abrir a discussão no Congresso Nacional. Muita coisa precisa ser revista", disse Kakay.

A prioridade neste momento é a conclusão do inquérito policial, cujas investigações estariam bem avançadas, segundo Kakay: "Agora nosso foco é esse. Depois vou sentar com a Carolina para ver que medidas vamos adotar na esfera cível."

Segundo a assessoria da Polícia Civil, as investigações estão em andamento e ainda há depoimentos previstos. O delegado Gilson Perdigão, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), aguarda a perícia no computador da atriz, que ainda não tem data prevista para ser concluída. A polícia, de acordo com o G1, não deu mais detalhes sobre o caso para não atrapalhar a investigação.

O Google Brasil informou por meio de nota, na quarta-feira, que não exerce nenhum tipo de interferência em seus resultados de buscas. Também pela manhã, Kakay chegou a informar que técnicos do seu escritório constataram que o site havia retirado do ar as fotos em que ela aparece nua. "O Google vem a público esclarecer que não interfere em seus resultados de busca. O mecanismo de busca do Google é um indexador, ou seja, uma ferramenta que procura conteúdos disponíveis na internet. Para que um conteúdo não apareça na busca do Google, é necessário entrar em contato com o site que hospeda esse conteúdo e solicitar sua remoção", diz a nota.

"A informação técnica que eu tenho é que houve sim uma ação do Google no sentido de atender esse pleito de não expor a intimidade da atriz. Evidentemente, com essa atitude fica demonstrada a boa vontade e a postura responsável da empresa. Em função disso, não vou entrar com a ação, que já estava pronta. Isso é bom para evitar a sobrecarga do Judiciário com esse tipo de questão", afirmou Kakay.

O advogado da atriz havia explicado que a maior parte das imagens foi retirada do mecanismo de buscas do Google. Uma pesquisa realizada por volta das 12h30m, no entanto, constatou que algumas imagens permaneciam disponíveis. Kakay informou ainda que vai se reunir com o advogado do Google na tarde desta quarta-feira.

"O acesso imediato já foi retirado, mas as chamadas mídias sem rosto, que são aquelas que muitas vezes você não consegue identificar os responsáveis pelas páginas, ainda continuam", disse o delegado.

O advogado da atriz tinha anunciado na terça-feira que iria entrar com uma ação contra o Google para que o site retirasse do ar buscas relacionadas às 36 fotos dela.

O ex-policial militar e comentarista de segurança pública da Rede Globo, Rodrigo Pimentel, chegou a orientar o empresário de Carolina, Alex Lerner, a registrar um boletim de ocorrência contra o homem que chantageava a atriz. Lerner o procurou quando recebia telefonemas pedindo o pagamento de R$ 10 mil. Segundo o ex-policial, agentes da Polinter informaram Lerner e Carolina de que era possível prender o homem na hora do pagamento da propina. Para isso, no entanto, seria necessário registrar o crime de extorsão em qualquer delegacia ou na própria Polinter. A atriz e o empresário não quiseram realizar o registro.

Na segunda-feira, o computador pessoal de Carolina foi enviado ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) para ser periciado. Segundo informações da DRCI, há equipes nas ruas para tentar identificar possíveis suspeitos de terem divulgado fotos da atriz nua em sites, após tentativas de extorsão (por e-mail e telefone) para evitar a divulgação. Dois representantes da empresa de manutenção de computadores para onde a atriz levou seu equipamento foram ouvidos na noite de segunda-feira, na DRCI. Também prestaram depoimentos o empresário e o secretário da atriz.

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