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Sandra Dani vive um grande papel no alto de seus 67 anos, na peça Oh os Belos Dias, adaptação de um Beckett escrito em 1961. | Jean-Charles Mandou/Divulgação
Sandra Dani vive um grande papel no alto de seus 67 anos, na peça Oh os Belos Dias, adaptação de um Beckett escrito em 1961.| Foto: Jean-Charles Mandou/Divulgação

Grandes escritores integram a grade do Festival de Teatro deste ano. De Samuel Beckett, a cidade recebe uma versão de Oh os Belos Dias, texto de 1961 em que o autor aprofunda sua estética do absurdo e da incomunicabilidade.

Em Beije Minha Lápide, Oscar Wilde é uma presença imaterial. Não se trata de um texto seu adaptado nem de um espetáculo biografista sobre o autor irlandês, mas de uma obra original inspirada em seus fãs. O espetáculo tem poucos ingressos disponíveis devido à presença de Marco Nanini no elenco. (Leia mais na matéria ao lado.)

Já a atriz de Oh os Belos Dias, Sandra Dani, é uma veterana da cena gaúcha convidada pelo diretor Rubens Rusche para integrar seu projeto de encenações beckettianas. “Desde 1986, todas as montagens foram indicadas a prêmios”, gaba-se o artista, que conversou com a Gazeta do Povo.

Marco Nanini atua “enclausurado” em Beije Minha Lápide

O espetáculo terá apresentações dias 29 e 30 de março dentro do Festival de Teatro, mas tem poucos ingressos sobrando.

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No espetáculo que integra a grade do festival, uma mulher chamada Winnie está, já no início da peça, enterrada até a cintura num monte de terra, a partir do qual avista o marido, Willie, com quem tenta o diálogo. “Eles são idosos, porque nossa cultura é idosa. A pessoa já nasce velha”, lança o diretor, como num enigma.

Ele salienta o fato de a personagem ser uma mulher, dentro de um texto que ele considera ser um “verdadeiro mergulho na alma feminina”. No caso, uma mulher que se sente enterrada. “Ela diz ‘qualquer dia eu tenho certeza que a terra me libertará’, porque está presa ao passado, ao marido, às coisas com as quais se envolveu.”

Enquanto ela se desdobra em conjecturas poéticas e delas tira lições de vida, o marido lê o jornal e murmura. No segundo ato, a situação piora e a protagonista fica só com a cabeça para fora da terra.

“Respeito fielmente todas as rubricas do texto, como se fosse uma partitura à qual preciso dar vida”, compara Rusche.

O resultado agradou. Quando estreou o espetáculo em São Paulo, no ano passado, muita gente perguntou: “Onde estava essa atriz até agora?”, conta Rusche. “Fora do eixo Rio-São Paulo”, era a resposta.

Sandra, de 67 anos, foi indicada ao prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pelo trabalho.

Oh Os Belos Dias

Teatro Sesc da Esquina (R. Visc. do Rio Branco, 969), (41) 3304-2222. Dias 27 e 28 de março às 21 horas. R$ 60 e R$ 30 (meia-entrada). Classificação indicativa: 14 anos.

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