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Visuais

Glauco Menta expõe pinturas, gravuras e cerâmicas na galeria Ybakatu

 | Sossella
(Foto: Sossella)

Logo após encerrar uma exposição individual, em 2002, o artista plástico Glauco Menta se viu em uma cilada. Concluiu que a pintura representava para as pessoas luxo, investimento, auto-imagem, entre outras coisas. "Comecei a achar tudo meio sem sentido", explica. "Mas, como um dos papéis do artista é se colocar ciladas e encontrar saídas, parti para o tridimensional e para o abstrato."

Cinco anos depois, o artista volta ao espaço Ybakatu com uma nova individual, em que expõe seus trabalhos mais recentes. A exposição, que abriu no último sábado (9), fica em cartaz até o dia 20 de dezembro. Nela, Menta apresenta uma série de pinturas, gravuras e cerâmicas – uma espécie de investigação de formas e cores.

A maior parte das obras é de cerâmica (15 peças de parede, duas instalações e três peças de base), representando a nova fase da carreira do artista. "Da última individual para esta, eu parti do plano para o espaço. Cerâmica é forma, matéria", esclarece.

Inspirado nas formas da arquitetura modernista brasileira, como as construções de Oscar Niemeyer nos anos 50, o artista começou a criar suas obras em formato de ameba, características dos trabalhos expostos. "Pela primeira vez trabalhei com formas abstratas", explica Menta, que já havia experimentado cores nas telas, sobreposições, gravuras, e agora trabalha com a tridimensionalidade nas esculturas em cerâmica.

As cores, vibrantes e de uma paleta bastante diversificada, continuam de grande importância no trabalho do artista. "Sou essencialmente um colorista. Procuro causar o estranhamento pelo excesso de cor", afirma Menta, que desde os anos 80 participa da cena artística da cidade, sempre flertando com elementos da pop art.

Nas pinturas, Menta passou a trabalhar com tinta a óleo, o que permite ao público perceber as pinceladas do artista, ao contrário de suas obras anteriores, nas quais a técnica de tinta acrílica bastante diluída não deixava traços do pincel. "Mas essas são questões que interessam somente a mim. Para o público, o que importa é o que a obra comunica", aponta.

Avesso a modas e tendências nas artes plásticas, Menta prefere trilhar sua trajetória a partir de questionamentos próprios. "Sempre procurei escapar dessas coisas. Nos anos 80, eram os salões que eram muito fortes. Nos 90, houve as instalações e as questões de pele. Hoje em dia está na moda a intervenção urbana. Mas meu trabalho sempre esteve à margem das tendências."

Para o artista, Curitiba continua um cenário interessante de produção de artes plásticas, mas algo "sufocada". "Não consigo entender bem o porquê. Talvez a crítica do eixo Rio-São Paulo devesse voltar os olhos para cá. O número de galerias interessadas em arte contemporânea na cidade também é pequeno e faltam arquitetos de interiores que realmente entendam de arte. São vários fatores", resume.

Confira a programação de exposições no Guias e Roteiros

Serviço: Exposição individual de Glauco Menta. Visitas de terça a sexta-feira das 14 às 19 horas. Ybakatu Espaço de Arte (Rua Itupava, 414) Tel.:(41) 3264-4752. Entrada franca. Até 20 de dezembro.

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