
A presidente Dilma Rousseff assinou na última terça-feira à noite decreto que cria o Brasil de Todas as Telas, programa que deverá destinar novos R$ 480 milhões para estimular produções de televisão e cinema no país.
Lançado pelo governo como "o maior e mais importante programa de fomento ao setor audiovisual já desenvolvido no país", o pacote tem valor total de R$ 1,2 bilhão, mas parte do dinheiro já havia sido anunciado anteriormente.
Os novos recursos serão incorporados ao Fundo Setorial do Audiovisual ( FSA), gerido pela Agência Nacional de Cinema (Ancine). O Fundo já conta com R$ 413 milhões para a produção e R$ 310 milhões para digitalização e ampliação de salas de cinema, divulgados em dezembro de 2013.
Apesar de incluir valores já anunciados, o presidente da Ancine, Manoel Rangel, disse que não se trata de pacote antigo com nova roupagem. "Algumas ações ainda não haviam sido postas em prática", afirmou.
Rangel também não vê no programa uma forma de privilegiar o cinema e a tevê diante de outras áreas da cultura. "O fundo é abastecido com contribuição cobrada do próprio setor audiovisual. Não competimos com recursos de outras áreas", afirma.
A meta é patrocinar cerca de 250 novos projetos por ano, entre curtas, longas-metragens, séries e minisséries. A Ancine também prevê a desburocratização da liberação das verbas, uma das principais críticas feitas por produtores. Pelo Sistema de Suporte Financeiro Automático, que está funcionando desde ontem, empresas cujas obras já deram lucro receberão recursos mais rapidamente. O dinheiro também deve estimular capacitação e formação de profissionais do setor, reforma de salas de cinema e produções autorais.
Segundo a ministra da Cultura, Marta Suplicy, trata-se de sete vezes mais recursos do que a pasta repassa atualmente. O incremento, segundo ela, ajudará os canais pagos na produção nacional hoje, é obrigatório que eles dediquem três horas e meia semanais de seus horários nobres para exibir filmes, séries, animações e documentários brasileiros (Lei 12.485/2011). "Havia uma dificuldade de a lei ser cumprida, à medida que os recursos para produção eram poucos", declarou.
Cauã
Em cerimônia prestigiada por artistas e cineastas no Planalto, Dilma disse ser espectadora de filmes mas que gosta "muito de livro". "Empata. O livro ganha. Ainda sou de uma geração que conseguia imaginar o que podia com a leitura."
A presidente quebrou o protocolo e cumprimentou antes de todas as autoridades presentes o ator Cauã Reymond, que apresentou a cerimônia. "Não é todo dia que a gente tem um Cauã aqui", brincou.



