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Humor gráfico argentino ganha museu

Instituição dedicada à arte de nomes como Quino, Dante Quinterno e Hermegildo Sábat foi inaugurada há três semanas na capital portenha

Mafalda: 40 anos de genialidade. | Divulgação
Mafalda: 40 anos de genialidade. (Foto: Divulgação)
Museu recebeu duas mil pesssoas no primeiro fim de semana |

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Museu recebeu duas mil pesssoas no primeiro fim de semana

Localizado do bairro Porto Madero, MUHU reúne exposições permanentes e temporárias |

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Localizado do bairro Porto Madero, MUHU reúne exposições permanentes e temporárias

O humor gráfico argentino, reconhecido mundialmente graças a personagens como Mafalda, de Quino, e Patoruzú, de Dante Quinterno, finalmente ganhou um museu próprio. Após anos de negociações e planejamento, o Museu do Humor portenho abriu suas portas num antigo casarão da região conhecida antigamente como Costanera Sur, hoje incorporada ao moderno bairro de Porto Madero. Exemplares originais de Manuel Garcia Ferré, Carlos Garaychochea, Hermegildo Sábat e Nik, entre outros, fazem parte de uma grande exposição permanente, que será acompanhada por mostras temporárias. "Estamos trabalhando há 12 anos neste projeto, era uma dívida cultural dos portenhos", contou o diretor do museu, Hugo Maradei.

Segundo ele, "o humor gráfico faz muito sucesso entre os argentinos e também os visitantes estrangeiros que, muitas vezes, conhecem apenas os personagens mais célebres, como Mafalda, e acabam se encantando com outros menos conhecidos no exterior".

"No primeiro fim de semana [16 e 17 de junho] recebemos quase duas mil pessoas", contou Maradei.

O primeiro quadro da exposição permanente é uma ilustração do inglês James Gillray de 1806, que mostra um Napoleão furioso ao ser informado sobre a ocupação de Buenos Aires pelos ingleses. Na mesma sala podem ser observados trabalhos de Florencio Molina Campos, o argentino que trabalhou na equipe de Walt Disney e, segundo versões nunca confirmadas, criou uma primeira versão dos Flintstones que posteriormente teria sido retomada e apresentada por Hanna-Barbera.

"Molina Campos foi um grande humorista e muitas pessoas dizem que ele inventou os Flintstones", comentou o diretor do museu, dono de várias das peças em exposição e conhecedor, como poucos, da história do humor gráfico argentino e mundial.

Exposições

As mostras temporárias começarão com obras dos cinco membros da comissão de notáveis do museu: Carlos Garaycochea, Guillermo Mordillo, Quino, Manuel Garcia Ferré e Hermegildo Sábat (chargista estrela do jornal Clarín). A do autor de Mafalda será a última da série, prevista para o primeiro trimestre do ano que vem. Quino já deixou claro que seu trabalho com a intelectual mirim que se tornou famosa por suas frases sobre a Humanidade e suas mazelas, além de seu simpático grupo de amigos, foi encerrado. No entanto, o humorista aceitou realizar uma nova exposição, a pedido de um público que parece não se cansar das reflexões da simpática menina que conquistou admiradores no mundo inteiro. "Quino nos pediu tempo, por isso será o último da fila", disse o diretor do museu.

Quem passar pelo novo museu portenho também encontrará peças de humor político, com charges do general Juan Domingo Perón e seus sucessores, entre eles os ex-presidentes Carlos Menem (1989-1999), Eduardo Duhalde (2002-2003), Néstor Kirchner (2003-2007) e a atual presidente, Cristina Kirchner. "Durante algum tempo, o humor foi considerado uma expressão menor da cultura, mas esse foi um grande erro, porque se trata de uma arte superior da cidade de Buenos Aires, que merecia este museu", assegurou o ministro de Cultura do governo de Buenos Aires, Hernán Lombardi.

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