São Francisco, EUA Iggy Pop comemorou seu 60.º aniversário, no último sábado, exatamente como faria qualquer outro cidadão respeitável da terceira idade. O padrinho do punk, estranhamente atlético, tirou a camisa, ficou apenas com seu jeans apertado e mergulhou do palco para os braços de seus fãs durante um show em São Francisco com sua banda reunida, os Stooges.
Iggy Pop, cujo nome real é Jim Osterberg, pareceu feliz com toda a atenção recebida, mas não fez muito caso da ocasião especial. Ele resmungou algumas palavras de agradecimento e então retomou sua rotina comum: cantar e dançar como louco, cuspir sobre a multidão e jogar seu microfone de um lado para o outro do palco.
Iggy Pop já deixou de lado alguns hábitos de seu passado, como retalhar seu peito com uma faca de carne, rolar em cacos de vidro, passar manteiga de amendoim no corpo ou seguir um padrão de consumo de drogas que fazia Keith Richards parecer um coroinha. Mas, em relação a outros pontos, o garoto criado num trailer no Michigan ainda supera roqueiros que têm um terço de sua idade. Pop está de volta aos palcos com os Stooges, a banda com a qual ficou famoso no final dos anos 1960. O rock de garagem deles, uma destilação dissonante do blues de Chicago e do rock da "invasão britânica", ajudou a abrir caminho para bandas de punk rock como Ramones e Sex Pistols.
Os Stooges se autodestruíram em 1974, depois de lançar três álbuns cuja influência não se refletiu em suas vendas fracas. Em 1977, ele voltou à cena com a ajuda de David Bowie, com quem co-escreveu canções como "Lust for Life" e "China Girl". Em 2003, Iggy se reuniu com o guitarrista do Stooges Ron Asheton e o irmão deste, o baterista Scott Asheton. Com o veterano do punk californiano Mike Watt no lugar do falecido baixista Dave Alexander, no ano passado a banda lançou seu primeiro álbum novo em 33 anos, The Weirdness. A turnê norte-americana da banda vai terminar em 4 de maio em Memphis.



