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Opinião

Iron Maiden faz show impecável

Bruce Dickinson: performance irretocável e enérgica | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Bruce Dickinson: performance irretocável e enérgica (Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo)

Se tivesse sido realizado na Pedreira Paulo Leminski, repetindo a dose de 2008, o show do sexteto inglês Iron Maiden possivelmente teria sido visto por mais gente. Mesmo assim, os pouco mais de 10 mil fãs que compareceram à Arena Expotrade, em Pinhais, na última terça-feira, para conferir o show da turnê referente ao disco The Final Frontier (2010), transformaram o simples estacionamento de supermercado em um templo de adoração ao heavy metal.

Com 35 anos de carreira, Bruce Dickinson (vocal), Steve Harris (baixo), Dave Murray (guitarra), Adrian Smith (guitarra), Janick Gers (guitarra) e Nicko McBrain (bateria) estão cansados de saber que grande parte de seu público hoje em dia é composto por jovens, mais interessados em ouvir seus inúmeros hits do que as composições mais recentes da banda. Mas o longo tempo de estrada e a qualidade irretocável de sua produção os enchem de direito e razão para reservar uma parcela considerável do repertório dos shows às canções de seus últimos trabalhos – mesmo que isso acarrete em um show mais morno, de público mais contido.

Foi o que aconteceu na terça-feira (pelo menos, nos 40 minutos iniciais da apresentação). Dentre as cinco primeiras músicas do show, quatro eram do disco The Final Frontier, lançado no ano passado: a "vinheta" "Satellite 15... The Final Frontier", apresentada nos telões laterais; a faixa responsável pelo primeiro Grammy da banda, "El Dorado"; a extensa "The Talisman"; e o mais novo single do álbum, "Coming Home". Entre elas, para quebrar o gelo do público, ainda pouco familiarizado com as novas canções, o grupo tocou a clássica "2 Minutes to Midnight", do antológico disco Powerslave (1984), levando a multidão ao delírio.

Mas, como os shows do Iron Maiden sempre envolvem mais que apenas música, enquanto esperava por mais hits, a plateia se deliciava com o cenário da turnê, composto por um grande contêiner, por onde Dickinson corria, pulava, subia e descia – enquanto cantava impecavelmente, claro. Atrás da bateria, um pano de fundo era trocado frequentemente, exibindo de imagens temáticas do mascote Eddie a fotografias de cidades destruídas.

A banda arriscou ainda tocar canções de outros álbuns lançados nesta década – "Dance of Death" (2003), "Blood Brothers" e "The Wicker Man" (ambas de 2000) –, mas o show só decolou mesmo com a sequência de clássicos oitentistas "The Evil That Men Do", "Fear of the Dark (esta, de 1992), "Iron Maiden" (marcada pela entrada do boneco gigante Eddie, que, desta vez, até tocou guitarra) e a trinca que formou o extasiante bis: "The Number of the Beast", "Hallowed Be Thy Name" e "Running Free".

Embora as condições não tenham sido ideais – fãs que assistiram ao show na pista localizada atrás da área vip se queixaram do volume baixo do som e a saída de carros, como sempre, foi bastante lenta e tumultuada – a apresentação em si foi impecável, memorável e digna desta, que é uma das maiores bandas de rock do planeta ainda em atividade. Que o Ed Force One continue aterrissando por aqui!

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