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Cinema

José Wilker reencarna Giovanni Improtta

José Wilker na pele do bicheiro Giovanni Improtta: da tevê aos cinemas | TV Globo/João Miguel Júmior
José Wilker na pele do bicheiro Giovanni Improtta: da tevê aos cinemas (Foto: TV Globo/João Miguel Júmior)

RIO DE JANEIRO - São 20 horas e os corredores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro estão movimentados. Mas não se trata de nenhuma sessão, e sim das gravações da comédia Giovanni Improtta, primeiro filme dirigido por José Wilker.

Em torno de uma mesa re­­donda estão Wilker, Othon Bastos, Hugo Carvana e Milton Gonçalves, ou "D’Arta-gnan e os três mos­­queteiros’’, como define o último.

Eles estão passando o texto de uma cena em que fazem uma reunião da cúpula do jogo do bicho. Sob gargalhadas e charutos, a noite dá sinais de que será longa.

"Você não vai tirar a minha concentração’’, diz Gonçalves a Carvana, que não para de cantarolar.

Faltando ainda três semanas para finalizar as filmagens de um mês e meio, Wilker defende o clima de descontração, apesar da responsabilidade de rodar uma obra de R$ 6 milhões. "A gente trabalha 12, 15 horas por dia. Se isso não for prazeroso, não faz sentido’’, diz.

Sucesso

Giovanni Improtta foi criado por Aguinaldo Silva há 30 anos, quando lançou o livro O Homem Que Comprou o Rio. Na obra, o personagem é um poderoso bicheiro. Mas a fama veio mesmo com a novela Senhora do Destino, de 2004, também de Silva.

Nela, Wilker interpretou o empresário da construção civil e presidente de uma escola de samba. Sua característica marcante é a forma incorreta de usar as palavras, como no bordão "o tempo ruge e a Sapucaí é grande’’.

"Novela é uma coisa horizontal, e como o Giovanni para mim foi uma invenção muito saborosa, achei que valia a pena dar uma olhada mais vertical para ele. Então eu e Aguinaldo escrevemos uma história, que não tem nenhuma ligação com a novela’’, explica Wilker.

Nessa comédia, os bicheiros estão lutando contra a invasão dos cassinos. Para um debutante, Wilker parece bem confortável à frente de um filme de 62 atores.

"Eu sempre fiz isso. Minha origem como artista foi escrevendo, atuando, dirigindo. Estou trabalhando com amigos, que conheço há 30, 40 anos, como o Cacá [Diegues, produtor], que é a pessoa com quem mais trabalhei em cinema’’, diz.

Com mais de 50 filmes no currículo, Wilker vê o país no caminho de consolidar sua indústria cinematográfica. "A gente passou por vários surtos de cinema e, agora, estamos em um bom ciclo, mais duradouro. A gente ainda não tem cinema, a gente tem filmes. Mas estamos com boas perspectivas de criar uma indústria.’’

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