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Música

Karol com tudo

Um ano após o lançamento de seu primeiro disco, rapper curitibana ganha a Europa e bota os franceses para dançar ao som de seu groove universal

 | Heitor Humberto/Divulgação
(Foto: Heitor Humberto/Divulgação)
Show explosivo: reconhecimento começou no Prêmio Multishow de 2013, quando Karol Conka ganhou na categoria

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Show explosivo: reconhecimento começou no Prêmio Multishow de 2013, quando Karol Conka ganhou na categoria

Vocês vão ter que a engolir. Se em tempos outros era o rock curitibano que derrubava a barreira do invisível e almejava algum alcance nacional – Blindagem, Beijo AA Força, Maxixe Machine, Relespública, Poléxia –, e no início da década passada a fuleiragem funkeada do Bonde do Rolê conquistou até a revista Rolling Stone – "escutem essa banda!", ordenaram –, hoje é uma rapper do Boqueirão que carrega a música da cidade nas costas e na mochila, e de certa forma manda um recado para aqueles que ainda esperam algum grupo local "fazer sucesso de verdade" para que lhe seja dada a devida atenção.

Veja o vídeo da turnê de Karol

O fato é que Karol Conka está com tudo. Um ano após o lançamento de Batuk Freak, álbum que colocou a vida de Karoline dos Santos Oliveira de cabeça para baixo, a descolada rapper de cabelo mutante vive um "boom" internacional que desafia explicações.

Começou com a inclusão da música "Boa Noite" no game Fifa 2014, passou por sua participação na propaganda da Adidas, chegou até o Japão, onde, após convite do DJ Zegon, tocou ao lado da dupla N.A.S.A., e agora o furacão Karol está na Europa – o selo inglês Mr. Bongo Records lançou o disco internacionalmente, e a rapper tem quatro shows na França e um na Inglaterra programados até o fim do mês.

"Já me disseram por aqui que não fazem a menor ideia do que eu canto, mas que adoram a minha interpretação, espontaneidade e atitude", diz Karol, por e-mail, de Paris. Sua extroversão nada curitibana, seu visual caleidoscópico e, claro, a sonoridade algo universal de Batuk Freak, abriram portas para sempre. "Talvez o disco tenha saído no momento certo, em que as pessoas estavam buscando algo contemporâneo e diferente do que está saindo pelo mundo. Tanto é que o disco foi bem aceito tanto como hip-hop quanto como world music", diz a M.I.A. dos pinheirais.

Na turnê europeia, a rap­­per está sendo acompanhada pelo DJ francês Tom B. "Sabe tudo de música brasileira. Já desfilou no carnaval carioca duas vezes e conhece um monte de músicos aqui na Europa", diz a curitibana, que também aproveita para fazer seus contatos. "Conheci a cantora africana Angélique Kidjo e a búlgara Dena."

A música de Karol Conka encontrou um facilitador na França, país em que a cultura do rap tem grande força. Ela conta que os franceses – e imigrantes africanos, propulsores da cena local – "já estão abertos" a esse tipo de música. "Tenho o privilégio de poder circular confortavelmente entre o rap, o pop e a world music aqui na Europa, assim como tem rolado no Brasil", diz.

Apesar do assédio da imprensa local –"na primeira semana, fiz várias entrevistas por dia!" –, Karol se diverte. Conta que oui, está se virando em francês. E que, no tempo que sobra, passeia por Paris. O mais difícil mesmo é acompanhar a repercussão de seu trabalho. No fechamento desta reportagem, uma informação de última hora: o disco Batuk Freak é o mais "baixado" e o segundo mais ouvido no conceituado site francês Qobuz. Quem segura Karol?

Karol Conka encanta Paris em sua primeira turnê europeia

Confira os bastidores de um dos shows da rapper curitibana na capital francesa e saiba como está sendo a recepção dos gringos ao seu disco de estreia, Batuk Freak.

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