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No telão, público e banda lado a lado: apresentação pirotécnica e cinematográfica. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
No telão, público e banda lado a lado: apresentação pirotécnica e cinematográfica.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

As três gerações de fãs que lotaram a Pedreira Paulo Leminski na noite da última terça-feira (21) para assistir à primeira apresentação do Kiss em Curitiba devem ter ido dormir satisfeitas, pois o que elas viram não foi um simples show de rock. Um show do Kiss é um espetáculo para ver, ouvir, sentir na pele, como o calor de cada labareda que irrompia no palco e chegava à plateia. O show, espera-se, iniciou uma nova era de grandes espetáculos na Pedreira, espaço que encanta visitantes e é muito querido pela cidade.

15 mil

foi o público pagante anunciado pela produtora do evento. O número é quase igual ao limite permitido no alvará de funcionamento da Pedreira Paulo Leminski para o evento (16 mil pessoas). A impressão visual era de que o espaço estava lotado.

R$ 1,2 mil

era o valor do ingresso mais caro, no camarote Open Bar, com bebida e comida liberadas. O mais barato era R$ 187 – meia-entrada da pista. Dentro da Pedreira, uma lata de cerveja custava R$8. Uma camiseta oficial da banda saia por R$100.

No palco, telões, luzes, efeitos, fogos de artificio, cenografia, coreografias, figurinos e linguagem visual. Em tudo isso, o Kiss é imbatível como empresa de entretenimento. Mas nada sobreviveria sem a música. Na carreira de 42 anos, com altos e baixos, a banda sempre soube fazer grandes canções.

O repertório foi cirurgicamente escolhido. Dezessete músicas que contém o DNA da banda: hard rock pesado e divertido. Simples, mas com riffs e refrões contagiantes. Que a interpretação performática transforma numa espécie de ópera em quadrinhos, com uma grandiosidade lúdica.

O show começou com a clássica “Detroit Rock City” e seguiu emendando um sucesso no outro, num roteiro que não contemplou as baladas mais lentas. Cada canção tem sua peculiaridade cênica. Na quinta música, “War Machine”, o baixista Gene Simmons cuspiu fogo. Em “Hell or Hallelujah”, saíram fogos de artificio de Tommy Thayer.

A interação com o público era feita com palavras por Paul Stanley – que com uma pronuncia peculiar falou o nome da cidade umas 100 vezes – e por gestos, olhares e “linguadas” por Simmons.

Na pesada “God of Thunder”, o baixista foi içado para a plataforma em cima do palco (para mim foi o melhor momento do concerto). Em “Love Gun” foi a vez de Stanley voar sobre a plateia e parar com sua guitarra na chuva, numa cena de grande beleza plástica.

O bis com os hits “Shout it Out Loud”, “I Was Made For Loving You” e o hino “Rock’n Roll All Nite” iniciaram um carnaval apoteótico com toneladas de papel picado, uma festa com a cara do Kiss. Fogo, circo, exagero, diversão, precisão. Um show que entrou na história da cidade sem bater na porta e fez tremer o chão da velha Pedreira.

Uma atração à parte: na noite de terça, foi comum ver amigos comentando como era bom poder ver um grande show “em casa”. Uma alegria, descontados alguns problemas no tratamento algo truculento do público pela segurança –às vezes nem parece que o espectador pagou caro e é a razão de ser do espetáculo. Destaque também para o grande show de abertura dos curitibanos do Motorocker.

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