Transtornos psicológicos, amores impossíveis e traição. Na novela Caminho das Índias, que estreia na próxima segunda-feira, a autora Glória Perez escalou a atriz Letícia Sabatella para representar o tema traição e também para viver a sua primeira vilã - Yvone - na telinha.
Apesar de ela não sair matando ninguém no folhetim, como garante Glória Perez, vai dar muito trabalho para o elenco, principalmente para o empresário Raul (Alexandre Borges), casado com Silvia (Débora Bloch).
"A Yvone passará por cima de todos para alcançar o que deseja", garante Letícia que, após tantos papéis de boazinha, está comemorando a oportunidade de ser uma vilã. "É um desafio que, graças a Deus consegui. Estava cansada do rótulo de boa moça", completa.
Dentro do núcleo de personagens com transtornos mentais de Caminho das Índias, Letícia Sabatella terá maior destaque. Sua personagem nunca reconhece que é uma psicopata e tem um comportamento que bate de frente com os costumes sociais dos indianos.
"Apesar de a Yvone não assumir seu distúrbio, o público não precisa ter medo dela, a matança da vilã não será como a Flora (Patrícia Pillar) em A Favorita. Ao contrário, a dela será uma matança emocional. Ela é uma doente que usa as pessoas como degraus para alcançar os seus objetivos. Em linhas gerais, ela é a anti-Índia da história", define Letícia.
E dentro desse perfil da vilã, a primeira vítima de suas maldades será a amiga de adolescência Silvia (Débora Bloch), que após anos sem re-encontrar a amiga fará de sua presença o maior consolo para o fracasso do seu casamento com o empresário Raul.
"A hospedagem na casa da Silvia será um divisor de águas por que o Raul já não está insatisfeito com o casamento. Então, o caminho está mais fácil para as armações da vilã Yvone", conta a atriz, empolgada.
A ânsia por poder da vilã é tão grande que até a empresa Cadore - cujo dono é o empresário Raul - ficará estremecida com as armadilhas arquitetadas pela vilã. "Ela é muito ambiciosa e, no posto de amante do Raul, ficará fácil manipular certas coisas, principalmente porque ninguém vê que ela é má.
Já deu para perceber que Letícia está empolgada com a primeira vilã, mas não foi desde o início que Glória pensou em lhe dar uma antagonista. "Quando a Glória me convidou, tinha duas opções de personagens para mim, sendo que um deles era para compor o núcleo indiano. Eu amei fazer O Clone, mas eu fui bem sincera com a Glória e disse a ela que cansei de viver boas moças que vivem rezando", desabafou a atriz, que já viveu judia, freira e outras religiosas em cena.
"Não que a Índia não seja uma tentação para mim, mas poder fazer uma vilã agora é muito mais interessante. O ator precisa reciclar os personagens, e essa é uma oportunidade que estou recebendo", explica a atriz.



