A Casa de Rui Barbosa decidiu abrir, nesta quinta (18), acesso à única carta de Mário de Andrade para Manuel Bandeira que, presente em seu acervo desde 1978, ainda não tinha sido disponibilizada para o público.
A decisão foi tomada depois que a Controladoria Geral da União (CGU) deu um prazo de dez dias, a partir do último dia 9, para que a instituição revelasse o conteúdo da carta.
O documento é uma das 15 cartas trocadas entre os escritores entre 1928 e 1935 que fazem parte do acervo de Bandeira na Casa de Rui. Ficava separada das outras, numa gaveta à parte.
Acredita-se que nela Mário de Andrade fale abertamente de sua homossexualidade -embora tenha dado pistas sem fim em outras cartas e em sua obra, como no caso do conto “Frederico Paciência”.
“Tomei conhecimento dela há mais de 20 anos, mas nunca mais a vi. Parece que a família tem pedido para que continue reservada”, diz Júlio Castañon Guimarães, pesquisador aposentado da Casa de Rui. Em entrevista à Folha de S.Paulo, em janeiro, Carlos Augusto de Andrade Camargo, sobrinho de Mário, disse que o pedido partiu do próprio Bandeira.
O pedido que deu origem à decisão da CGU foi feito via Lei de Acesso à Informação em fevereiro.
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