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J.K. Rowling segura o último livro da série Harry Potter. | Alessia Pierdomenico/Reuters
J.K. Rowling segura o último livro da série Harry Potter.| Foto: Alessia Pierdomenico/Reuters

Desde que “Harry Potter e as Relíquias da Morte” foi publicado em 2007, e o segundo filme da adaptação para o cinema do último livro da série Harry Potter escrito por J. K. Rowling foi lançado em 2011, a autora e sua obra têm estado em uma espécie de limbo. Rowling não parece muito disposta a escrever novos livros da série, porém não consegue se desapegar dos personagens e do mundo que a fizeram famosa.

Mas a demanda por novas histórias sobre Harry Potter não diminuiu.

Conta-gotas

Até agora, a expansão do universo Harry Potter tem vindo aos poucos. “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada” (“Harry Potter and the Cursed Child”, ainda sem tradução para o português), uma peça de teatro, estreia em Londres em breve. E em Pottermore, o recentemente renovado site para fãs da franquia, Rowling está disponibilizando uma “História da Magia na América do Norte” em capítulos, bem como descrições de escolas de magia em outros países. “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, uma produção para o cinema, está prevista para novembro.

George Lucas

E então, se Rowling não consegue se desapegar de sua obra de maior sucesso, talvez ela deva buscar uma maneira de expandi-la com convicção em vez de fazê-lo aos pedaços. Se os leitores tivessem novos livros ambientados no universo Harry Potter, não importa em que local e período a ação se desenvolvesse em relação à história original de Rowling, talvez esses novos lançamentos se parecessem menos com uma jogada de marketing e mais com as vibrantes criações que fizeram Harry Potter tão atrativo em primeiro lugar.

A solução mais fácil para Rowling e para os fãs que tanto amam Harry Potter seria abrir o mundo que ela construiu para outros autores. Rowling poderia fazer o que George Lucas fez com “Star Wars” e criar um universo expandido oficial, permitindo que escritores profissionais contem novas histórias e criem novos personagens. Rowling poderia colocar as regras sobre como esse universo funcionaria e estabelecer fatos a respeito de personagens criticamente importantes, da forma como tem feito no Twitter com declarações sobre temas como a sexualidade de Dumbledore.

O mundo de Harry Potter poderia continuar a se expandir sem a necessidade de Rowling conduzir essa expansão por conta própria. E novos autores poderiam trazer novos conhecimentos e novas perspectivas a esse universo.

Marvel

Talvez o universo cinematográfico da Marvel possa oferecer uma lição: a contribuição dos criadores de personagens icônicos como Homem de Ferro e Capitão América não diminui vendo-se como outros diretores e escritores os interpretaram nos anos subsequentes. E filmes de super-heróis colheram benefícios da variação no tom e na abordagem em filmes como “Guardiões da Galáxia” e “Deadpool”.

Só falta combinar com ela. Se por um lado ela não quer mais escrever livros da série Harry Potter, também resta claro que ela não consegue aceitar a ideia de deixar a franquia para trás. Mas se ela puder acrescentar novas vozes à franquia, Rowling pode achar um jeito de alimentar a fome de seus fãs sem ter de ela própria contar as histórias.

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