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David Hare durante palestra na Flip | Walter Craveiro/Divulgação
David Hare durante palestra na Flip| Foto: Walter Craveiro/Divulgação

O teatro é mesmo a arte inglesa por excelência. Isso ficou claro para quem assistiu à performance do dramaturgo David Hare neste sábado (4) na Flip 2015. Enquanto muitos se acotovelavam nos bares da cidade histórica para assistir à final da Copa América entre Argentina e Chile ( há muitos argentinos trabalhando em Paraty, principalmente nos bares e restaurantes da cidade), Hare deu um verdadeiro show de inteligência, coragem e tirocínio do mais puro humor britânico.

Um dos principais nomes do teatro no Reino Unido, Hare também é responsável pelo roteiro cinematográfico de “As Horas” e “O Leitor”. Em Paraty, ele falou sobre a herança de Margaret Thatcher na política britânica, a TV americana na produção ficcional entre outros temas desafiadores de forma sagaz e engraçada e terminou aplaudido de pé pelo público na Tenda dos Autores.

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Hare contou que recusou o convite para escrever um roteiro sobre Thatcher, que acabou virando o filme “A Dama de Ferro”. “Ela venceu. Vivemos em um mundo Thatcherista. Foi ela que criou esse modelo neoliberal em substituição a um conservadorismo com mais compaixão, quando ainda se tinha uma intenção de criar um estado de bem estar social”, disse. Para ele, a única vantagem de existir uma Thatcher no poder era oferece aos criadores um “inimigo à altura” que o instigasse a criar.

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Ele falou também de sua condição de outsider no teatro londrino. “Eu sou muito polêmico. Digo que seria ótimo que o teatro no Reino Unido amadurecesse que pudéssemos escrever não sobre as mães, nossos casamentos e nossos amantes, mas sim sobre a Revolução Chinesa, sobre privatização das ferrovias , sobre o Terceiro Mundo… Isso arejaria, mas as pessoas acham que estou tentando impor um certo tipo de teatro.”

Autor de peças feitas “com espírito de documentarista”, Hare frequenta reuniões de estratégia política e investiga temas como o processo diplomático antes da invasão do Iraque. “As pessoas desabafam com um dramaturgo como nunca fariam com um jornalista. Eu nunca vou citar as fontes, indicar os nomes ou nada parecido. É quase como ser um padre recebendo uma confissão.”

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