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Livro segue os passos de um lobo

Ilustração da capa de Caninos Brancos, na edição da Penguin - Companhia, traduzida por Sonia Moreira | Reprodução
Ilustração da capa de Caninos Brancos, na edição da Penguin - Companhia, traduzida por Sonia Moreira (Foto: Reprodução)

Sempre ouvi falar de Jack London (1876-1916), mas nunca tinha lido nada dele até pouco tempo atrás.

Acabei conhecendo primeiro uma biografia, que li por obrigação (Jack London – Uma Vida, da Benvirá), no ano passado, e descobri uma história de vida fascinante.

Agora, resolvi pegar Caninos Brancos, na edição da Penguin – Companhia, com tradução de Sonia Moreira (a ilustração da capa aparece aqui).

O livro é talvez o mais conhecido do escritor americano e conta a história do lobo do título.

O cenário é o norte frio dos Estados Unidos, uma paisagem de neve explorada por aventureiros em busca de ouro.

Nos períodos mais intensos do inverno, a busca acaba sendo por comida.

Caninos Brancos foi publicado em 1906 e impressiona por causa de uma decisão tomada por London: embora seja narrado em terceira pessoa, o protagonista da história é o lobo. Então sabemos o que ele pensa e sente, e como constrói relações com os seres humanos.

O recurso rende alguns dos momentos mais impressionantes do romance – ainda mais quando Caninos Brancos é usado em brigas de cães.

As imagens são intensas e London se arrisca ao imaginar as reações do animal. Como é mestiço, filho de uma cadela com um lobo, Caninos Brancos tem vantagens sobre os outros animais, mais "puros".

Até o dia em que ele enfrenta um buldogue: "Várias vezes Caninos Brancos havia tentando derrubar Cherokee, mas a diferença de altura entre os dois era enorme. O buldogue, muito atarracado, já ficava perto demais do chão. Caninos Brancos tentou a manobra vezes sem conta e, na última tentativa, se arrependeu".

Para o lobo, os homens são "deuses" capazes de alimentá-lo, de puni-lo e de explorá-lo. E Caninos Brancos sofre o diabo até encontrar um dono que o trata com afeto e respeito.

Para quem gosta de cães – e se interessa pela discussão de como nos relacionamos com os animais –, o livro de London pode ser um achado.

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