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Obras do diretor francês Jacques Demy e sua mulher também diretora Agnès Varda serão exibidas durante a mostra "Jacques Demy, encantado", que acontece na Cinemateca do dia 15 a 19 de setembro.
A programação conta com quatro filmes de Demy e um documentário da belga Agnès sobre o seu marido. Ele morreu em outubro de 1990.
A entrada é franca e os filmes serão exibidos com legenda em português e áudio em francês. As sessões acontecem às 20h.
Biografia
Nascido em 1931, Demy apresentou durante sua carreira filmes que são em grande parte cantados. O espaço para música sempre foi sua particularidade, e seus longs contam com compositores renomados da França. O musical "Les Parapluies de Cherbourg" teve enorme sucesso no mundo e recebeu a "Palma de Ouro" em 1964 no Festival de Cannes.
Agnes nasceu em 1928, e teve com Demy um filho, o também ator Mathieu Demy, e uma filha, Rosalie Varda. Agnès foi membro do júri do Festival de Cannes em 2005.
Confira a programação:
Segunda-feira (15)
Lola (França, 1961)Direção de Jacques Demy, com Anouk Aimée. Captado em preto-e-branco, o longa tem duração de 85 minutos. "Me agradava muito a idéia de fazer algo sobre fidelidade, a fidelidade para lembrar e misturar ali minhas recordações de Nantes", disse Jacques Demy.
O longa traz Lola, uma dançarina de cabaré que espera pelo retorno de seu namorado, Michel, que está há sete anos na América e é pai de seu filho. Ele prometeu voltar apenas quando estivesse rico.
Enquanto permaneceu sozinha, Lola foi cortejada por Roland, seu amigo de infância, e também pelo marinheiro americano Frankie. Tudo indica que ela acabará escolhendo um dos dois, mas seu coração ainda pertence a Michel.
O longa é dedicado ao diretor alemão Max Ophüls, que dirigiu vários dramas e romances.
Terça-feira (16)
A Baía dos Anjos (La Baie des Anges, França, 1962)Direção de Jacques Demy, com Jeanne Moreau. Captado em preto-e-branco, o longa tem duração de 89 minutos. "Eu quis desmontar e mostrar o mecanismo de uma paixão. Isso poderia ser o álcool e a droga, por exemplo. Não era somente um jogo em si", disse Jacques Demy.
Jackie é uma parisiense de meia idade que deixa seu marido e seus filhos para poder se aventurar no mundo das apostas em Nice. Lá, estará em jogo não apenas o frenesi das roletas do cassino, mas também o ciclo da sedução.
Quarta-feira (17)
Os Guardas-chuvas do Amor (Les Parapluies de Cherbourg, França/Alemanha, 1964)Direção de Jacques Demy. O drama musical foi captado em preto-e-branco e tem duração de 91 minutos. "'Os Guarda-chuvas' é um filme contra a guerra, contra a ausência e contra tudo aquilo que o odiamos e que destrói a felicidade", disse Jacques Demy.
Geneviève Emery é uma adolescente de 17 anos. Sua mãe possui um comércio de guarda-chuvas, que permite uma vida muito simples às duas. Diante da situação, Geneviève se vê obrigada a decidir entre esperar por seu amor, um mecânico de 20 anos que foi servir ao exército na Argélia, ou se casar com um comerciante de diamantes, que se propõe a criar o bebe que ela espera como se fosse seu.
Quinta-feira (18)
Duas Garotas Românticas (Les Demoiselles de Rochefort, França, 1967)Dirigido por Jacques Demy. Captado em cores e com duração de 91 minutos. "Queria fazer um filme que despertasse um sentimento de felicidade, que, depois da projeção, o espectador saísse da sala menos triste do que quando tinha entrado", disse Jacques Demy.
Delphine e Solange são duas irmãs gêmeas encantadoras e espirituosas de 25 anos. Delphine, a loira, dá aulas de dança, enquanto Solange, a ruiva, leciona aulas de música. Elas sonham em ir a Paris e ter uma vida de fantasias. Uma grande feira traz a cidade alguns empresários que passam a freqüentar o bar do qual sua mãe é dona, algo que abre portas para a oportunidade de seus sonhos.
Sábado (19)
Jacques de Nantes (França, 1991)Dirigido por Agnès Varda, com Édouard Joubeaud e Philippe Nahon. O documentário foi captado em preto-e-branco e tem duração de 118 minutos.
O documentário traz uma magnífica história de talento filmado por uma mulher encontrada por Jacques Demy em 1958 e que desde então compartilhou sua vida. Ele era um menino criado numa oficina mecânica, na qual todos amavam cantar. Mais tarde, lutou para fazer filmes enquanto seu pai queria que ele estudasse mecânica. O longa esteve entre a seleção oficial do Festival de Cannes de 1991.
