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Cinema

Machos sensíveis

Amizade entre homens, amor fraternal e dilemas da masculinidade estão no centro de uma nova tendência em comédias norte-americanas

Jason Segel tenta ensinar a Paul Rudd a arte de fazer amigos na comédia Eu Te Amo, Cara | Fotos: Divulgação
Jason Segel tenta ensinar a Paul Rudd a arte de fazer amigos na comédia Eu Te Amo, Cara (Foto: Fotos: Divulgação)
Kristen Stewart e Jesse Eisenberg: verão de descobertasw em Adventureland |

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Kristen Stewart e Jesse Eisenberg: verão de descobertasw em Adventureland

Paul Rudd: em busca de um amigo para chamar de seu em Eu Te Amo, Cara |

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Paul Rudd: em busca de um amigo para chamar de seu em Eu Te Amo, Cara

É lugar-comum afirmar que nada se cria e tudo se copia em Hollywood. A constatação não é infundada, mas guarda uma dose generosa de conservadorismo. Afinal, reciclar fórmulas consagradas, seja no cinema, na literatura ou na música, não deixa de ser uma forma de invenção. Tudo depende do resultado.

E há algo de novo e criativo nas comédias norte-americanas. Lentamente, reis do gênero, como Ben Stiller e Jim Carrey, ainda bastante populares, começam a dividir espaço com filmes que não têm apenas um protagonista, todo-poderoso e absoluto, em torno do qual orbitam tudo e todos. Pegando emprestada uma tradição dos westerns (sobretudo os de Howard Hawks, como Rio Bravo) e dos policiais (Máquina Mortífera e suas continuações), o humor descobriu a amizade e o amor fraternal entre homens.

O nome por trás dessa vertente: o roteirista, produtor e diretor Judd Apatow. Tudo começou com o ótimo O Virgem de 40 anos (2005), inesperado sucesso de bilheteria que transformou Steve Carrell em astro. Foi o ponto de partida de uma sucessão de comédias com a grife Apatow, que conseguem, por ação e graça de roteiros inventivos e muito engraçados, aliar à escatologia a sensibilidade, dois conceitos aparentemente incompatíveis. Alguns exemplos são Ligeiramente Grávidos, Superbad! : É Hoje! e Segurando as Pontas , todos já lançados no Brasil em DVD.

Nenhum outro longa, contudo, vai tão direto ao assunto, a começar pelo próprio título, quanto Eu Te Amo, Cara, que está chegando aos cinemas brasileiros. O até agora subestimado Paul Rudd, coadjuvante em O Virgem de 40 anos e Ligeiramente Grávidos, estrela o filme que tem direção de John Hamburg e não tem o dedo de Apatow. Apenas sua forte influência.

A trama gira em torno de um homem de seus 30 e poucos anos, às vésperas do casamento, que faz uma triste constatação: não tem um único amigo homem com quem tenha intimidade suficiente para ser seu padrinho. A saída é marcar uma série de encontros com outros desconhecidos para escolher um que sirva para o papel.

Dentre os possíveis pretendentes, conhece um tipo tosco (Jason Segel) que o faz repensar seus conceitos de masculinidade.

Muito bem recebido pela crítica e sucesso de público nos EUA, Eu te Amo, Cara estreia neste fim de semana em São Paulo e no Rio. Deve entrar em cartaz no Paraná nas próximas semanas.

Anos 80

Também no território das "comédias sensíveis", que exploram as amizade entre personagens masculinos, chegou neste mês aos cinemas norte-americanos o elogiado e semiautobiográfico Adventureland, ambientado na década de 80. Conta a história do estudante James Brennam (Jesse Eisenberg, de A Lula e a Baleia) que, ao terminar o ensino médio, se vê às voltas com a dúvida que costuma atormentar a maioria dos jovens nessa fase: o que fazer da vida? James resolve então procurar seu primeiro emprego ao mesmo tempo em que sonha em viajar pela Europa.

O único trabalho que encontra, em um parque de diversões meio falido, está muito longe de tudo aquilo que imaginou, mas é lá que o personagem vai encontrar algumas das respostas que tanto busca. Nesse verão, muito acontece, de trapalhadas profissionais ao primeiro amor. No papel de Em, garota pela qual James se apaixona, está Kristen Stewart, a Bella de Crespúsculo, primeiro filme da série de adaptações dos livros de vampiros de Stephenie Meyer.

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