
A atriz, documentarista e jornalista Maria Ribeiro está correndo nas últimas semanas: as gravações intensas para o final da novela Império, que termina na próxima sexta-feira (13), a impediram de conceder entrevista para a reportagem sobre o livro Trinta e Oito e Meio, lançado pela editora Língua Geral.
Ela, hiperativa assumida, também é uma das integrantes do programa Saia Justa, do canal pago GNT, e acerta os últimos detalhes do lançamento nacional nos cinemas do documentário Esse É Só o Começo do Fim da Nossa Vida, que acompanhou a última turnê da banda Los Hermanos (ela conheceu os rapazes na PUC, quando fazia Jornalismo).
A ausência da conversa com Maria não foi exatamente um problema: é possível saber bastante sobre ela lendo o seu compilado de crônicas (publicadas em jornais como O Globo e na revista TPM), ilustradas por Rita Wainer. Quatro delas são inéditas.
Maria não gosta de verão, Carnaval e floresta (mas acabou indo morar no mato, convencida pelo marido, o também ator e companheiro de novela, Caio Blat). Ela, aliás, sabe que é saudável trabalhar com pessoas diferentes, mas se diz “viciada” em fazer projetos, filmes e novelas com amigos.
A atriz também se sentiu plena após ser mãe (tem dois filhos), mas reconhece que a maternidade é difícil – para ela, a maratona de cuidados nos primeiros 40 dias é pesada. “Mais punk que isso, só excursão para Disney, com escala em Miami”, diz.
Mas a autora não é, nem de longe, uma “reclamona” em suas crônicas.
A comicidade e a leveza com que trata dos temas que a incomodam é envolvente. Não é à toa que Trinta e Oito e Meio está na lista dos mais vendidos em redes de livrarias.
A maneira com que a autora trata as coisas de que gosta são tão deliciosas de ler quanto aquelas que a perturbam: Maria adora ar-condicionado, estabelecimentos 24 horas, roupas novas e gente – não há nenhuma paisagem que a atraia mais do que pessoas (ela conta que se debruça sobre a história de taxistas, o rapaz do pão na chapa, e nunca termina uma entrevista sem saber sobre a vida de seu entrevistador).
Também montou seu “kit de sobrevivência”, que inclui de amigos, filhos e marido até analista e suco verde.
Coragem
A irreverência com que Maria escreve aproxima quem lê suas crônicas: é admirável a coragem de admitir certas coisas que parecem fúteis, como o gosto por uma roupa nova, o consumismo ou a “vitória” com as pequenas metas (como não comer o pote inteiro de sorvete de uma só vez).
Impossível não se identificar ou se sentir um pouco amiga da Maria.



