Marisa Monte costuma dizer que os CDs "Universo ao meu redor" e "Infinito particular" - lançados juntos em março deste ano e que até agora já venderam, somados, 600 mil cópias - são "gêmeos bivitelinos". Nascido híbrido dos dois álbuns, o show "Universo particular" estréia nesta sexta-feira no Claro Hall, no Rio, depois de passar por Curitiba, Porto Alegre e São Paulo. No palco, os "irmãos gêmeos" ganham o reforço da iluminação, do cenário e da presença cênica da própria cantora. Mas o espírito do espetáculo é o mesmo dos discos, resumido por Marisa em duas palavras:
- Serenidade e conforto.
Com direção musical assinada por Marisa, "Universo particular" passeia também pelo repertório de seus discos anteriores, como "Alta noite", "Eu não sou da sua rua". Músicas dos Tribalistas - como "Passe em casa", "Não vá embora" e a inédita "Nada é proibido" - completam o roteiro.
- Desde o início, o público embarcou na minha viagem e a estrutura do show vem se mantendo a mesma. Selecionamos trinta canções que ficarão flutuando durante toda a turnê, então, eventualmente, há alguma mudança no roteiro de um dia para o outro - diz Marisa.
A viagem a que Marisa se refere tem como co-pilotos Leonardo Netto e Cláudio Torres, que assinam a direção cênica do espetáculo ao lado da cantora. O cenógrafo Wagner Baldinato pôs gruas e blocos se deslocando pelo palco sobre trilhos. A iluminação, que também faz referência ao universo do cinema, foi criada por Ralph Strelow, com auxílio de Torres e de Baldinato.
A banda, é claro, também conduz a cena. Sua formação inclui Dadi (baixo), Mauro Diniz (cavaquinho), Pedro Baby (violão), Carlos Trilha (teclados), Marcelo Costa (bateria), Maico Lopes (trompete), Pedro Mibielli (violino), Marcos Ribeiro (cello) e Juliano Barbosa (fagote). A própria cantora toca alguns instrumentos ao longo do show: gaita, guitarra, ukelele (uma espécie de cavaquinho havaiano) e kalimba (pequeno teclado de origem africana). Mas à frente de todos, Marisa põe a canção como principal estrela.
- Esse show mantém minha crença de que a apresentação ao vivo é a forma mais sólida de comunicação com o público. O foco é sempre na música e nas canções, com a luz potencializando o sentido das palavras cantadas e a comunicação com as pessoas - explica.
Depois de suas semanas no Claro Hall (a turnê se despede no dia 30 de julho), Marisa vai em setembro para a Europa e para os Estados Unidos. O Norte e o Nordeste do Brasil vêem o show no início de 2007. A partir de março, é a vez da América Latina e da Ásia. Em seguida, mais apresentações por cidades brasileiras. Viagens internacionais têm seu valor, mas a cantora diz que tocar no Rio é diferente.
- Eu estou particularmente feliz de estar na minha cidade, rever amigos, parceiros e pessoas fundamentais na minha vida.



