
O carioca Maurício Kubrusly, repórter especial do Fantástico, tem um dos empregos mais invejados do mundo: à frente do quadro "Me Leva Mundão", ele é pago para percorrer o planeta atrás de pessoas, lugares e histórias interessantes. O jornalista esteve em Curitiba na última segunda-feira, divulgando o seu segundo livro, Me Leva Mundão (Editora Globo, 400 págs., R$ 39,90), e participou de um bate-papo aberto ao público, onde contou "causos" das suas viagens.
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Mostrou o vídeo de uma viagem que fez a San Francisco, na Califórnia, onde visitou uma curiosa "feira do sexo" repleta de figuras e atrações exóticas, como a barraca em que se paga para bater ou apanhar; relembrou a temporada na França durante a Copa de 98, quando viu um brasileiro cacarejar para pedir frango em um restaurante e conheceu os desodorantes para 7 e 14 dias; na Polônia, descobriu que os noivos recém-casados disputam quem vai administrar as finanças da casa catando moedas; de Portugal, mencionou os sinistros "homens de preto", contratados para seguir e constranger quem deve dinheiro; e da Índia, destacou o extremo respeito ao próximo além da inevitável diarreia para os que resolvem se aventurar pela culinária local.
Fora do eixo
Essas e outras histórias estão no livro Me Leva Mundão, que por sua vez é uma evolução do quadro "Me Leva Brasil", que estreou no Fantástico no primeiro domingo do ano 2000. Kubrusly contou à Gazeta do Povo como o projeto surgiu.
"Há muito tempo eu queria sair do eixo Rio-São Paulo, porque a imprensa sempre mostrou o Brasil olhado por essa gente, o que me incomodava", comentou.
"Sugerimos uma maluquice: eu pegaria um motor home lá em cima, no norte do país, e viria descendo até o Rio Grande do Sul, mostrando o melhor do que a gente visse pelo caminho. Seria o Ônibus do Fantástico. Já estava até com o layout pronto, mas aí saiu o Plano Real [em fevereiro de 1994], e a Globo, assim como todas as grandes empresas, suspendeu os projetos mais audaciosos para ver o que ia acontecer com a economia. O Plano Real deu certo, e mais tarde, para evitar a frustração, eu sugeri percorrer o país sem ônibus mesmo. A emissora concordou, e no ano 2000 nós estreamos o Me Leva Brasil".
O jornalista explicou que, nas primeiras viagens, uma produtora ia antes da equipe para encontrar os personagens e as melhores histórias. "Com essas informações, criamos um banco de dados, que foi sendo utilizado em cada viagem", revelou. "Foi revolucionário para a época.
A equipe ia com um carro descaracterizado, sem o logotipo da Globo, e mesmo assim chovia gente na praça para saber se haviam matado alguém, se teve enchente, porque eles nunca tinham visto uma equipe de televisão do Sudeste ir até lá para mostrar alguma coisa boa... depois que o quadro começou a passar no Fantástico, em qualquer lugar que a gente chegava a cidade virava uma festa. Dá para dizer que eu tive muita sorte, porque o meu trabalho, que já era prazeroso, ficou ainda mais prazeroso com as viagens. E viajar é a melhor forma de escapar da rotina", concluiu.
Caderno G | 5:49
Assista a um trecho da conversa com o repórter em que ele fala da viagem curiosa à Polônia



