Meio homem, meio máquina

O ano é 2018. Após um holocausto nuclear promovido pela rede de inteligência artificial Skynet, o planeta está prestes a ser dominado por máquinas e os poucos humanos sobreviventes se tornam alvo de ciborgues, programados para exterminar qualquer vestígio da raça humana.

Visto como uma espécie de profeta por ter tentado alertar a humanidade sobre o futuro domínio das máquinas, John Connor (Christian Bale) agora lidera um exército de resistência composto por refugiados de todas as partes do mundo, que buscam uma solução para o fim da guerra entre homens e robôs.

Foi essa a solução encontrada pelos roteiristas John D. Brancato e Michael Ferris (autores de O Exterminator do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas, de 2003) para ressuscitar a franquia criada no início dos anos 1980 por James Cameron. Sob a direção do irlandês McG (As Panteras), O Exterminador do Futuro – A Salvação, quarto capítulo da saga estrelada por Arnold Schwarzenegger, estreia em circuito nacional nesta sexta-feira.

Líder

A partir de pronunciamentos diários em ondas de rádio amador John Connor tenta consolar os sobreviventes do holocausto e ajudá-los a destruir as máquinas construídas em série pela Skynet. Entre os que obedecem cegamente aos conselhos de Connor está o jovem Kyle Reese (Anton Yelchin), pai de Connor, que viajou para o futuro e precisa ser salvo, caso contrário, Connor não chegará a nascer e o futuro da humanidade estará condenado de uma vez por todas.

Repleto de referências aos demais filmes da sequência – a vibrante "You Could Be Mine", do Guns N’Roses, está presente na trilha sonora; Schwarzenegger reaparece como efeito digitalizado e, em um determinado momento, Connor solta um sonoro "I’ll be back" – o grande destaque de O Exterminador do Futuro – A Salvação é Marcus Wright, personagem do ator australiano Sam Worthington (Morte Súbita): meio homem, meio máquina.

Interpretado com a intensidade necessária, o andróide suscita a discussão que move o longa-metragem – o que diferencia os humanos das máquinas. A resposta? A mais óbvia e piegas possível: o coração. GGG