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CD

Memorial sinfônico de carreira seminal

Está nas lojas o álbum Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo, registro de show comemorativo gravado por Gilberto Gil e orquestra

O violão de Gil marca a apresentação gravada no Rio | João Wainer / Divulgação
O violão de Gil marca a apresentação gravada no Rio (Foto: João Wainer / Divulgação)
Lançamento:Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo. Gilberto Gil. Biscoito Fino. R$ 29,90. MPB |

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Lançamento:Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo. Gilberto Gil. Biscoito Fino. R$ 29,90. MPB

Gilberto Gil já declarou que não gosta de comemorar o fato de ficar mais velho quando perguntado sobre os 70 anos comemorados em 2012, e que a festa fica por conta dos amigos. Ainda assim, não evita o contexto de projetos comemorativos que o envolve junto com Milton Nascimento e Caetano Veloso, dentre outros ícones da música.

Esta é a principal faceta do show Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo, gravado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro no fim de maio, e lançado em CD neste mês.

O disco registra 15 das 21 músicas da apresentação, que reuniu músicas de várias fases da carreira de 50 anos do músico baiano.

Repertório

Gravadas por Gil, ao lado da banda formada por Bem Gil (violão e guitarra), Gustavo di Dalva (percussão), Nicolas Krassik (violino), Eduardo Manso (efeitos eletrônicos) e pelo violoncelista Jaques Morelenbaum – responsável pelos 13 arranjos orquestrais sinfônicos executados pela Orquestra Petrobras Sinfônica –, as canções formam um quadro memorialista.

Estão ali "Eu Vim da Bahia" e "Juazeiro" (de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), que remontam às origens culturais e musicais de Gil – o sertão baiano e a grande referência do Rei do Baião.

A bossa nova, representada por "Outra Vez" (1954), de Tom Jobim, marca a posição em que a música brasileira foi retomada pela Tropicália, de acordo com a tese da "linha evolutiva", de Caetano Veloso.

"Panis Et Circenses", gravada pelos Mutantes em Tropicália ou Panis et Circensis (1968) e nunca registrada antes por Gil, e "Domingo no Parque", marco tropicalista no festival da TV Record de 1967, voltam a ganhar arranjos sinfônicos, em referência à contribuições à obra do baiano por músicos importantes como Rogério Duprat (1932-2006).

O icônico álbum pós-exílio em Londres (1969-1972) Expresso 2222 (1972) marca presença com "Oriente", e os dois últimos discos de inéditas de Gil – Quanta (1997) e Banda Larga Cordel (2008) são contemplados com o restante do repertório, que ainda tem o hit "Andar com Fé", de Um Banda Um (1982) e a inédita "Eu Descobri", feita a pedido do Sérgio Dias para o próximo disco dos Mutantes.

Historicidade

"Tinha muito a ver com a expectativa no meu entorno de que fizéssemos uma comemoração dos 70 anos", contou Gil, em entrevista para a Gazeta do Povo durante sua última passagem por Curitiba, no início de outubro. "Por isso mesmo traz a ideia de épocas, períodos, uma historicidade. Isso tudo acabou informando um pouco a maneira de escolher a direção do repertório."

Apesar da presença impactante da orquestra e dos refinados arranjos de Morelenbaum, é o violão de Gil, uma referência estilística do instrumento na MPB, que centraliza todos estes elementos laterais. "No final do show de gravação do DVD, Caetano tinha assistido ao show, veio ao camarim e me disse que a beleza do projeto é porque está toda centrada no meu violão, que ele admira, gosta muito", conta Gil. "Quando viu que tudo nascia do violão, ele se tranquilizou" conta o músico, aos risos.

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