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Orquestra Sinfônica Brasileira terá uma temporada marcada por novidades ainda neste ano. | Cícero Rodrigues/Divulgação
Orquestra Sinfônica Brasileira terá uma temporada marcada por novidades ainda neste ano.| Foto: Cícero Rodrigues/Divulgação

No mesmo ano em que a Orquestra Sinfônica do Paraná completou três décadas de vida, um dos grupos mais tradicionais do país celebra uma marca rara no cenário clássico brasileiro: a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), do Rio de Janeiro, comemora 75 anos em 2015 com uma temporada pontuada por algumas novidades interessantes e um aparente clima de resolução após períodos recentes de crise .

Sinfônica se apresenta na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, lugar com fama de ter uma boa qualidade acústica para a música de câmara: repórter ouviu obra de Schubert e clareza sonora foi evidente.

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”Truta”

Assisti a uma dessas apresentações de concertos no fim de maio. A OSB se apresentou com o pianista Luis Fernando Pérez, na estreia do solista espanhol no Brasil.

Com um quarteto de cordas, ele tocou a “Truta”, de Schubert– obra repetida no dia seguinte, na Cidade das Artes, nova sede da OSB e um dos locais da série didática Concertos da Juventude, um dos carros-chefes da temporada. O projeto remete a um dos programas que, então comandado por Eleazar de Carvalho ainda na década de 1950, tornaram a orquestra protagonista da música clássica no Brasil.

Uma das novas séries de concertos da OSB em 2015 acontece na tradicional Sala Cecília Meireles, reaberta em 2014 depois de quatro anos de reformas. Ao todo, oito apresentações compõem a série, com programas variados até dezembro. Cícero Rodrigues/Divulgação

Com a orquestra, o espanhol tocou o “Concerto para Piano em Lá Menor, Op.37”, de Edvard Grieg. O programa foi encerrado com a “Sinfonia N.º 1 em Si Bemol Maior, Op.38”, de Robert Schumann.

Não conheci “a Sala”, como é chamada pelos mais íntimos, antes da reforma. Mas ouvi comentários de antigos frequentadores do local, sala de concertos desde 1965, que viam a nova versão pela primeira vez – um deles, a respeito de acessibilidade; outro, sobre a substituição de um antigo banheiro subterrâneo por outro novo em folha, no nível da rua.

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A boa fama da qualidade acústica do lugar para a música de câmara não me pareceu exagerada durante a interpretação vigorosa e firme da “Truta”, nem quando o piano de Pérez dividiu o pequeno palco com a formação empregada no Concerto de Grieg e encobriu todos os violinos e madeiras da visão do público. A clareza sonora, que coloca a interpretação à prova e se torna valiosa para uma peça elogiada pela orquestração como a “Sinfonia N.º 1,” compensou.

A série “na Sala” é eclética – tem, por exemplo, a estreia carioca do grupo de “cello rock” Break of Reality, em 12 de agosto; e uma estreia de Jocy de Oliveira, em 9 de outubro.

1965

foi o ano em que a Sala Cecília Meireles passou a receber concertos de música clássica. Espaço passou por quatro anos de reformas e foi reaberto em 2014. Programação em comemoração aos 75 anos da OSB segue até dezembro de 2015.

Vale ser vista, assim como as apresentações da OSB no icônico e mais tradicional Theatro Municipal, não muito distante dali – onde a orquestra apresenta as obras de maior destaque da temporada de 2015, como a “Sinfonia Fantástica, Op.14”, que será regida pelo maestro e compositor francês Frédéric Chaslin, pela primeira vez no Brasil; e um concerto com o pianista francês Jean-Philippe Collard, que interpreta um dos concertos para piano de Saint-Säens. Voltando à Sala: a reforma é uma razão a mais para visitá-la e ouvir a OSB em um contexto de valorização da música clássica, integrada a uma região pulsante da cidade, viva, respeitada. Coisa bonita de se ver.

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