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literatura

Mitos e afetos curitibanos em ordem alfabética

Escritor Marcio Renato dos Santos lança livro dividido em verbetes em que ataca “verdades” da cidade com bom humor e ironia

 | Osvalter Urbinati/Divulgação
(Foto: Osvalter Urbinati/Divulgação)
Acima: ilustração de Osvalter Urbinati. Abaixo, Marcio Renato passeia pela Rua XV |

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Acima: ilustração de Osvalter Urbinati. Abaixo, Marcio Renato passeia pela Rua XV

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A Curitiba que o escritor Marcio Renato dos Santos percorre a pé todos os dias é um território limitado. Do Centro Cívico à Praça Osório. Nesta geografia, ele anda apressado, encontra desconhecidos de estimação, come o pastel no balcão do bar, esbarra em outros escritores e criaturas do folclore urbano.

Vários instantâneos deste périplo compõem parte dos verbetes do Dicionário Amoroso de Curitiba, livro que o escritor lança hoje, às 19 horas, na Livrarias Curitiba do Shopping Estação.

No entanto, os textos que citam pessoas, lugares e instituições curitibanas de A a Z traçam um perfil muito pessoal e atual da cidade, revelando uma Curitiba em que os bairros são protagonistas e em que velhas verdades, como a "timidez" ou a "autofagia" própria dos curitibanos, caem por terra.

"De uns tempos para cá, eu ando apaixonado pela cidade. Apesar da violência entre as pessoas ou no trânsito. Sinto que há muito mais oportunidades, coisas boas acontecendo", acredita.

"Mas cada cidade tem o amor que merece", ressalva, citando a frase de um amigo escritor para explicar que o livro contém textos irônicos e até venenosos contra alguns grupos cuja presença na cidade é incômoda e risível: os "indies" dos bares do São Francisco, os cicloativistas fanáticos e, em especial, o grupo de escritores que vive à sombra de Paulo Leminski (1944-1989). Tanto que o poeta é apresentado no verbete "fantasma".

"Eu sou fã do Leminski. Mas eu acho que a maior homenagem a ele é negá-lo. Não deixar o bigode igual ao dele e escrever haicais, letras de música e textos de publicidade. O Leminski escreveu a história dele. Seus imitadores não", afirma.

Humor

Falando de almoços de domingo em família, passeios em parques e tardes de Atletiba, os textos revelam uma faceta humorística que os livros anteriores do autor escondiam.

"É minha estreia no humor. Não quero mais escrever os textos melancólicos que escrevi. Eu exercito a minha ironia diariamente", conta.

"Este livro tem uma linguagem que remete à fluidez, à velocidade urbana do transeunte que caminha apressado sem perder o humor", define.

O livro foi "escrito de encomenda" e faz parte de um projeto idealizado pela editora Casarão do Verbo que contempla as 12 capitais que receberão jogos da Copa do Mundo em 2014. As ilustrações são de Osvalter Urbinati, designer gráfico da Gazeta do Povo.

Já foram lançados pelo projeto livros sobre Porto Alegre, Recife e Salvador. Ignácio de Loyola Brandão escreve o Dicionário Amoroso de São Paulo e Alvaro Costa e Silva, o Marechal, prepara o livro a respeito do Rio de Janeiro.

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