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Memória

MON inaugura espaço para artistas paranaenses

Para fazer “Água pro Morro”, Erbo Stenzel se inspirou em uma namorada que trabalhava como modelo para artistas plásticos da Escola de Belas Artes do RJ | Divulgação
Para fazer “Água pro Morro”, Erbo Stenzel se inspirou em uma namorada que trabalhava como modelo para artistas plásticos da Escola de Belas Artes do RJ (Foto: Divulgação)

Ele foi responsável por uma das esculturas mais representativas de Curitiba: "O Homem Nu", na praça 19 de Dezembro, inaugurada em 1953 em comemoração aos cem anos de emancipação política do Paraná. Fez bustos de Caetano Munhoz da Rocha, Júlia Wanderley e da famosa curandeira do Água Verde, Maria Polenta. Morreu esquecido num asilo, em 1980. Trata-se do escultor Erbo Stenzel, o primeiro artista paranaense homenageado pelo Museu Oscar Niemeyer (MON) na Sala Referência do Acervo e Ação Educativa, que inaugura hoje, às 11 horas. O espaço vai reunir, a cada seis meses, trabalhos de um artista local representado no acervo do museu.

O escultor, que foi discípulo de João Turin (1878–1949), causou polêmica com sua escultura mais famosa. "Essa foi uma obra que representava o homem que havia se libertado de São Paulo. Mas, como a escultura ficou com traços de negro, foi muito criticada pela elite da época, que também fez comentários nada elogiosos sobre as medidas do homem", explica o historiador do MON, Ricardo Freire. Na mostra, será possível ver materiais que Stenzel utilizava em seu ateliê, desenhos e pinturas. Três réplicas de esculturas ("Água pro Morro", "Dorso do Trabalhador" e "Mulher Reclinada") fazem parte da mostra de escultura que está no pátio do MON.

"Água pro Morro", instalada atrás do Paço da Liberdade, também traz uma curiosidade: a mulher retratada era uma modelo que posava para artistas que estudavam na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro (onde o escultor estudou). Segundo Freire, Stenzel teve um romance com a jovem retratada na estátua. "Ela era uma moça bastante conhecida na época, década de 1940. Serviu de modelo para diversos artistas. Foi ele quem a incentivou a estudar arte logo depois." O romance, porém, não foi adiante e Erbo Stenzel, diz o historiador, não se casou nem teve filhos. "Ele passou num asilo os últimos dias e dizia que estava esquecido. Essa é uma homenagem que contribui para que a importância de sua obra seja lembrada."

Serviço

Inauguração da Sala Referência do Acervo e Ação Educativa, com obras de Erbo Stenzel. Museu Oscar Niemeyer (R. Mal. Hermes, 999), (41) 3350-4400. Hoje, às 11 horas. Ingressos a R$ 4 e R$ 2.

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