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Obra de Vik Muniz quase não passou pela porta do laboratório | Helena Carnieri/Gazeta do Povo
Obra de Vik Muniz quase não passou pela porta do laboratório| Foto: Helena Carnieri/Gazeta do Povo

Em breve o Museu Oscar Niemeyer deverá ter uma exposição inédita na cidade fazendo um apanhado da arte contemporânea brasileira: mais 48 obras de arte apreendidas na Operação Lava Jato chegaram na manhã desta quarta-feira (11) ao MON. O pacote inclui dois painéis do badalado artista brasileiro contemporâneo Vik Muniz, obras de Romero Britto, um painel do curitibano Sergio Ferro, além de cinco gravuras de Salvador Dalí e várias outras pinturas e fotografias de artistas conhecidos da cena brasileira.

As obras estavam no Rio de Janeiro, na mansão do empresário Zwi Skornicki, que seria um dos operadores do esquema de propinas cobradas pela Petrobras. Ele foi ouvido nesta semana pela polícia e liberado.

Assim como na primeira apreensão de obras de arte da operação, em maio de 2014, os trabalhos ficarão em "quarentena", período em que serão analisados pelo MON para determinar o estado de conservação e o valor de mercado. Após esse período, elas poderão ser expostas ao público, dependendo de autorização judicial. As 16 obras apreendidas em 2014 já estão expostas em uma sala separada do museu desde janeiro, incluindo telas de Di Cavalcanti, Iberê Camargo e Cícero Dias.

Na manhã de ontem, assim que o novo carregamento ia sendo desembalado, as obras eram identificadas rapidamente por funcionários do MON. Um conjunto de seis fotografias de Pedro Motta, que integra a coleção Pirelli, já esteve exposto no museu curitibano em 2013, o que permitiu que a diretora do MON, Estela Sandrini, informasse ao presidente do principal inquérito da Lava Jato, delegado Márcio Adriano Anselmo, que o trabalho foi comprado recentemente, assim como a maioria do acervo apreendido. "Ótimo, você vai me ajudar com essas informações", agradeceu o delegado. Para a equipe do MON, a conclusão foi que "em breve teremos uma exposição contemporânea".

Como funciona

De acordo com o delegado Anselmo, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, o valor do conjunto apreendido é estimado em R$ 10 milhões. "Como essas obras não têm um controle de proprietário muito rígido, elas funcionam mais ou menos como um título ao portador, porque mantêm o valor e têm certa liquidez."

Ele explica o esquema: uma obra é comprada com parte do valor registrado e outra parte por fora. Depois, a peça é vendida pelo valor de mercado, o que entra para a Receita Federal como lucro e permite "esquentar" o dinheiro. Algumas obras foram compradas diretamente de galerias, outras de particulares. As obras chegaram até o museu em um caminhão adaptado para a operação.

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