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Motörhead ainda tem lenha para queimar

Apesar dos problemas de saúde do vocalista Lemmy Kilmister, trio britânico lança “Bad Magic”, 22º álbum de estúdio

Trio britânico volta à carga com “Bad Magic”, 22.º disco de estúdio. | Divulgação
Trio britânico volta à carga com “Bad Magic”, 22.º disco de estúdio. (Foto: Divulgação)

Os dois últimos anos não foram fáceis para o Motörhead. Problemas de saúde com o baixista e vocalista Lemmy Kilmister levaram ao cancelamento ou encurtamento de vários shows e levantaram dúvidas quanto ao futuro da banda. Quem assistiu à apresentação do grupo em abril deste ano no festival Monsters Tour, em Curitiba, entende a razão das preocupações. Mas, provando que é tão duro quanto a sua música, o trio britânico volta à carga com “Bad Magic”, seu 22.º álbum de estúdio em 40 anos de carreira.

Se ao vivo o grupo inspira cuidados, em estúdio o motor sonoro da banda segue potente, impulsionado pela explosão dos elementos que formam o combustível do trio: metal, punk e hard rock com pitadas eventuais de blues. Em “Bad Magic”, Lemmy, Phil Campbell (guitarra) e Mikkey Dee (bateria), companheiros há mais de 20 anos, se abastecem dessa fórmula com inspiração suficiente para fazê-la soar ainda vigorosa, sem ranços nostálgicos. Para não deixar dúvida, o disco começa com a voz rasgada de Lemmy introduzindo a acelerada “Victory or Die” e prossegue com a ainda mais rápida “Thunder & Lightning”.

Mais cadenciada, “Fire Storm Hotel” traz um tempero hard rock ao álbum, com uma linha de baixo maliciosa, enquanto “Electricity” lembra a pegada punk dos primeiros anos da banda. As mudanças de estilo de vida – problemas cardíacos e diabetes obrigaram Lemmy a parar de fumar dois maços de Marlboro por dia e a reduzir o consumo de Jack Daniel’s – parecem ter sido inspiração para a balada “Till the End”, que fala sobre olhar para o passado e reconhecer os erros, mas sem arrependimentos.

Em versão um pouco mais rápida do que a original, “Sympathy for the Devil” é a nova homenagem da banda aos Rolling Stones – o trio já havia regravado “Jumpin’ Jack Flash” – e fecha o álbum com gosto de quero de mais. São 13 músicas em apenas 43 minutos, sem virtuosismos.

Se a idade finalmente alcançou o líder do Motörhead, que completará 70 anos em dezembro, e “Bad Magic” for o seu último registro, o grupo terá encerrado a carreira com um álbum à altura de sua história. Afinal, como Lemmy costuma dizer no início dos shows, eles são o Motörhead e tocam rock’n’roll.

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