
Hugh Jackman dispensa introdução. O ator australiano de 40 anos está no Brasil para lançar X-Men Origens: Wolverine, dirigido pelo sul-africano Gavin Hood. Essa não é sua primeira visita ao País, já que esteve aqui em 2001 divulgando "Swordfish - A Senha". Converter-se no herói com esqueleto de adamantium, confessa ele, é uma das melhores coisas que já viveu. "O Wolverine tem um excelente poder de curar. O ponto fraco dele é mulher bonita. Isso enfraquece e pode até acabar com suas forças", disse, aos risos. "As mulheres brasileiras são as mais bonitas do mundo", completou.
Para Jackman, há um antes e depois do Wolverine. Ele o interpretou em quatro filmes ao longo de nove anos. O personagem deu ao ator o primeiro papel em Hollywood. Em 2000, foi escalado para substituir Dougray Scott no primeiro filme da série. Na ocasião, o escocês filmava "Missão: Impossível 2" e Jackman foi escalado para o papel. Foi uma escolha certa.
"Fico feliz em interpretá-lo a cada três anos. Estava ansioso para vivê-lo novamente. Apesar das dores que senti fazendo o filme, me diverti bastante. A parte mais difícil foi manter o personagem vulnerável e profundo ao mesmo tempo."
A entrevista durou cerca de 40 minutos, no hotel Copacabana Palace, Rio de Janeiro, onde se hospedou na cidade. Começou dizendo, em português, que "gosta muito do Brasil". Ele contou que vai voltar para Nova York ainda nesta quarta-feira, mas que antes gostaria de ir ao Pão de Açúcar, ao Forte de Copacabana e, talvez, dar um mergulho no mar.
Também produtor do filme, Jackman falou sobre essa dupla função, dizendo que isso aumenta muito o trabalho, mas é recompensador. "Wolverine se tornou mais pessoal para mim. Faz tempo que estou envolvido com ele. Queria muito contar essa história."
Distribuído pela Twentieth Century Fox, "X-Men Origens: Wolverine" revela a origem do personagem dentro do projeto Arma X e explora sua eterna rivalidade com meio-irmão, Victor (Liev Schreiber). Já se estuda uma sequência do filme. A ideia dos executivos da Fox é criar um "X-Men Origens" centrado em Magneto, o vilão das três primeiras películas. Apesar de uma versão incompleta do filme ter sido posta na Internet um mês antes do lançamento, estreou em primeiro lugar nas bilheterias dos Estados Unidos e Brasil com arrecadação de cerca de US$ 87 milhões e R$ 8,4 milhões, respectivamente."Eu gosto de seguir em frente. Acredito no cinema e fico feliz de ver que as pessoas estão vendo o filme na tela grande", falou o ator.
A mais recente produção da saga dos "X-Men" tem ingredientes para agradar o público masculino ansioso por ação e o feminino com um desfile de testosterona provida por Jackman, eleito em 2008 o homem mais sexy do mundo pela revista norte-americana People. Seu físico é o reflexo mais claro do tempo que dedicou a preparar o personagem. Para vivê-lo novamente, o ator fez por dez meses uma rígida dieta e duas horas diárias de levantamento de peso. Ao vivo, sua musculatura parece menos crescida que no filme. "Foi um processo intenso. Fazer Wolverine deu um trabalho danado. Muitas mulheres acham ele sexy. A minha também. Wolverine tem um grande público feminino. Eu não reclamo. Quem dera eu tivesse conquistado essa fama aos 21. Já pensou?", falou, aos risos.
Além de mais forte, a nova versão do Wolverine para as telas é também menos violenta que a dos quadrinhos. O projeto existe há quatro anos antes mesmo da estreia do terceiro filme da série, "X-Men - O Confronto Final". O começo de tudo isso tem um ponto em comum com muitas outras produções: os fanáticos. "Transformers 1" e "Transformers 2" (estreia prevista para junho) foram escritos por duas pessoas que cresceram assistindo aos desenhos animados desses robôs. Toda a série "Homem-Aranha" foi dirigida por Sam Raimi, reconhecido admirador dos quadrinhos. No caso de Wolverine, o nome do fanático que está por trás não é Hugh Jackman, mas o roteirista David Benioff. Em 2004, começou a escrever o roteiro do filme tomando por referências a clássica série de histórias Arma X, escrita e desenhada por Barry Windsor-Smith, e a série de 1982 sobre Wolverine escrita por Chris Claremont e desenhada por Frank Miller.
Confira abaixo trechos da entrevista com Hugh Jackman no Brasil que marcou o sucesso de bilheteria de "X-Men Origens: Wolverine":
O Filme
Sempre quis contar essa história. Quando criança, não lia os quadrinhos. Mas sabia que seria um sucesso fazer Wolverine no cinema. Me apaixonei pelo personagem há 10 anos. Ele me faz lembrar Dirty Harry e Mad Max, que eu adorava. Estava ansioso para vivê-lo novamente. Apesar das dores que senti fazendo o filme, me diverti bastante.
Sequência de Wolverine
Estou conversando com a Fox a respeito de uma sequência de Wolverine. Vamos procurar um bom roteirista para colocar a nova história no papel.
Pirataria
Finalmente o filme está pronto. Não tem nada a ver assistir a uma cópia pirata na frente do computador. Ficou horrível. O filme foi feito para os fãs assistirem na tela grande.
Críticas ao filme
Não sou referência para comentar críticas. Não posso prever como as pessoas vão reagir. Costumo ter sorte. Wolverine é um filme muito bom. Fazê-lo foi um desafio. Eu, em geral, dou respostas. O sucesso de bilheteria é uma delas. Eu não leio críticas. Tento perceber a sensação final da platéia. Essa sensação foi muito positiva. Tenho muito orgulho desse trabalho.
Suas garras no mundo real
Sou uma pessoa calma. Mas posso virar uma fera. Olha, quando estou muito muito muito quieto é melhor sair de perto. Posso virar o Wolverine.
Encontro com Ronaldo
Pode ter certeza que muitos amigos meus ficaram com inveja de mim. A visita ao Corinthians foi fantástica. Conheci todos os jogadores. Fiquei muito honrado. Também comi comida tipicamente brasileira. Ah, comi muita carne numa churrascaria. Hoje, vou visitar o Pão de Açúcar, o Forte de Copacabana e, talvez, dar um mergulho no mar.
Crise dos 40 anos
Minha mulher, que é pouco mais velha do que eu, falava muito dessa tal crise dos 40 anos. Não senti isso. Seria muito bom poder voltar aos 21 anos.
Novo visual
No dia que terminou a filmagem de Wolverine, minha mulher mandou eu tirar a barba. Tudo foi para o espaço.
Símbolo sexual
Muitas mulheres acham o Wolverine muito sexy. A minha mulher também. Sei que ele tem um grande público feminino. Eu não reclamo.
Poderes de um mutante
Todos nós somos capazes de tudo. A gente decide o que quer ser. Wolverine tem o poder de cura. Seria ótimo tê-lo na vida real. Imagina não ter ressaca! O poder de teletransportar também me agrada. Não ia precisar de segurança e ainda fugiria do engarrafamento.
Wolverine se visitasse o Brasil
Não sei se ele combateria o crime. As mulheres brasileiras seriam sua grande fraqueza. Eu cresci na Austrália e lá, como no Brasil, tem muita mulher bonita. Para mim, as brasileiras são as mais bonitas do mundo. Acho que o Wolverine ficaria distraído aqui. Podia acabar com suas forças.
*A jornalista viajou ao Rio a convite da Fox Filmes











