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Opinião

Música antiga associa Handel a italianos

O concerto dos professores de música antiga da Oficina de Música é normalmente considerado um dos pontos altos da programação de shows da fase erudita, e a lotação da Capela Santa Maria na última quinta-feira, 9, mostrou que o repertório barroco, executado com instrumentos de época, desperta um grande interesse. Quando acabaram-se os assentos, alguns espectadores ficaram em pé na galeria, enquanto outros preferiram se sentar no chão.

A atração principal era Handel, inserido na segunda parte, após o intervalo. Na primeira, a reunião de oito compositores italianos do século 17, que representaram grande influência na carreira do alemão, causou aprovação: palmas enfáticas de longa duração.

A minipalestra proferida antes do início do concerto pelo professor Marco Aurélio Koentopp foi destinada a leigos, que agradeceram a explicação sobre a importância dos floreios na música daquela época, o trânsito entre músicos ao redor da Europa e as características de instrumentos como a viola da gamba, que lembra um violoncelo, mas fica presa pelas pernas do músico, e não apoiada numa haste.

Um destaque da primeira parte foi a Sonata em Ré Menor de Antonio Bertali, com dois violinos, viola da gamba, violoncelo e baixo contínuo, capazes de criar uma atmosfera reflexiva e melancólica.

A segunda parte acrescentou Giuseppe Torelli e Antonio Vivaldi à música de Handel, permitindo perceber a mudança de registro entre compositores, mas dentro de um todo musical em que o cravo promove a sonoridade tipicamente associada às câmaras reais europeias.

O Concerto para Fagote de Vivaldi impressionou especialmente, tanto pelo protagonismo do instrumento de sopro quanto pela agilidade das cordas.

Na próxima segunda-feira, 13, acontece o concerto de encerramento de música antiga, na mesma Capela, às 19 horas, com minipalestra às 18h15, numa nova oportunidade para se conhecer a sonoridade do período.

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