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O ano de 1966 foi um daqueles especiais para a música popular – mais especialmente o rock. Foi um momento em que alguns dos principais artistas da época estavam empurrando as fronteiras estéticas de seus trabalhos, produzindo discos que hoje são considerados “clássicos”.

Estes LPs, aliás, estão entre os principais responsáveis pelo status do conceito de “álbum”. Foi o caso, nos Estados Unidos e no Reino Unido, de trabalhos como “Pet Sounds”, dos Beach Boys – que inspirou ícones do formato como “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles, um ano depois.

Na música brasileira, 1966 também tem marcos importantes, como a estreia de Chico Buarque e o lançamento do cultuado “Os Afro-Sambas”, de Baden Powell e Vinicius.

Relembre:

1. The Beach Boys – Pet Sounds

Um dos discos mais importantes dos anos 1960,nasceu principalmente de ideias ambiciosas de Brian Wilson, um dos fundadores da banda americana. O músico conseguiu dar forma a elas com um trabalho meticuloso, que faz uso de orquestrações e arranjos vocais ornamentados, instrumentos incomuns, melodias primorosas e letras mais maduras – representativas da transição do pop da época em direção a trabalhos mais “sérios”.

2. Bob Dylan – Blonde On Blonde

Divide o posto de primeiro álbum duplo de rock com “Freak Out!”, de Frank Zappa & the Mothers Of Invention – outro clássico de 1966, lançado logo antes ou depois do disco de Dylan, de acordo com a fonte. “Blonde on Blonde” é o ápice de uma espécie de trilogia roqueira de Dylan iniciada com “Bringing It All Back Home” (1965) e “Highway 61 Revisited” (1965), e traz algumas das canções mais importantes do cantor e compositor.

3. The Beatles – Revolver

Este LP apresentou o quarteto em sua melhor forma: Paul McCartney aparece com suas canções mais inspiradas e bem-acabadas, enquanto John Lennon conduz algumas das melhores incursões psicodélicas da banda e George Harrison amplia o horizonte estético do álbum com elementos da música indiana. Junto com o disco anterior, “Rubber Soul”, é considerado um marco na influente evolução da banda.

4. Vinicius de Moraes e Baden Powell – Afro-Sambas

É considerado um dos primeiros trabalhos em que o universo rítmico afro-brasileiro mais ligado à Bahia se fundiu com a música brasileira moderna. Além dos arranjos, escritos e regidos por Guerra Peixe, o violão de Baden é um dos responsáveis por esta síntese. A poesia é de Vinicius, que canta acompanhado pelo grupo Quarteto em Cy.

5. Elis Regina – Elis

Primeiro grande disco de intérprete de Elis, este álbum mostrou o interesse da artista em revelar novos compositores. Ao mesmo tempo, mostrou a chegada da então nova geração da MPB, que substituía a era da bossa nova. Elis gravou canções dos ainda pouco conhecidos Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento e Francis Hime, além de Edu Lobo.

6. Chico Buarque – Chico Buarque de Hollanda

Chico já tinha iniciado sua carreira nos palcos anos antes de sua estreia em estúdio. Ele participou do primeiro festival de música popular brasileira na TV Excelsior, em 1965, e já havia feito música para o teatro – sua trilha para “Morte e Vida Severina”, conforme o próprio músico conta, rendeu lições importantes sobre composição que ele aplicaria em seus próximos trabalhos. Foi este estilo já amadurecido que Chico mostrou neste LP de estreia, que teria algumas das canções mais regravadas de seu catálogo.

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