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Clássica

Com Guaíra em crise, Beto Richa não confirma presença em concerto homenageando seu pai

Concerto da OSP deste domingo (18), com regência do francês Benoit Fromanger, lembrará o ex-governador José Richa, “fundador” da orquestra

O maestro convidado, Benoit Fromanger: “o show tem de continuar”. | Aniele Nascimento/Arquivo Gazeta do Povo
O maestro convidado, Benoit Fromanger: “o show tem de continuar”. (Foto: Aniele Nascimento/Arquivo Gazeta do Povo)

O próximo concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) acontece neste domingo (18), às 10h30, no Guairão. A regência é do maestro convidado Benoit Fromanger, da Sinfônica de Bucareste (Romênia), que rege a OSP pela segunda vez. O programa terá duas sinfonias – “Júpiter”, de Mozart, e a Quarta de Tchaikovski.

O concerto homenageia José Richa (1934-2003) uma semana depois do 82.º aniversário de nascimento do ex-governador e “fundador” da orquestra paranaense, criada durante seu governo, em 1985. A presença de Beto Richa (PSDB) não está confirmada.

Recado

O viés festivo do evento contrasta com as circunstâncias da vida de Fromanger: o maestro aceitou o convite por um cachê que corresponde a cerca de metade do valor de mercado, ainda tendo de arcar com as passagens aéreas, na falta de uma proposta melhor do Guaíra (segundo o presidente da associação de músicos da OSP, Sebastião Interlandi Jr., foi o que o orçamento oferecido pelo governo para a temporada permitiu oferecer).

A motivação para a vinda do francês, por outro lado, acaba encontrando uma ocasião propícia. Em entrevista à Gazeta do Povo, Fromanger diz que está aqui para apoiar os músicos em uma fase complicada e ajudar a sensibilizar os políticos.

“Estou vindo por quase nada, doando meu tempo. Poderia estar com minha família na Europa, mas realmente quero ajudar os músicos e mostrar que o show tem de continuar”, explica o regente, que se diz preocupado com o cenário sinfônico do Brasil.

Sei que a situação no Brasil não está muito boa agora, e gostaria de lembrar aos políticos que, sem cultura, não há vida.

Benoit Fromanger Maestro

Várias orquestras brasileiras estão penando com a diminuição de repasses dos estados e patrocínios. Na última semana, a Orquestra Sinfônica Brasileira, do Rio de Janeiro, cancelou o restante da temporada de 2016 com um déficit de R$ 15,5 milhões, segundo o jornal “O Globo”.

Um levantamento feito pelo jornalista João Luiz Sampaio para o jornal “O Estado de S. Paulo”, em julho, mostrou que há problemas em instituições de todo o país (também houve corte de repasses em São Paulo, Minas Gerais, Pará, Sergipe e Bahia).

No Paraná, a OSP aguarda a resolução do caso dos artistas comissionados do Guaíra e pretende entregar ao governo, neste domingo, uma proposta de orçamento para 2017 que garanta minimamente o funcionamento da instituição no ano que vem. Estas verbas estão em negociação.

Por meio de assessoria de imprensa, a Secretaria da Cultura informou que já trabalha na estruturação do Serviço Social Autônomo Palcoparaná, que será responsável por contratar os componentes do Balé Teatro Guaíra e da orquestra que estão nos cargos em comissão recentemente julgados inconstitucionais. O prazo ainda será definido pelo Tribunal de Justiça do Paraná.

“Sei que a situação no Brasil não está muito boa agora, e gostaria de lembrar aos políticos que, sem cultura, não há vida”, diz Fromanger. “É preciso encontrar novas formas para levá-la para o povo.”

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