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Músico britânico faz o show mais importante | DavidGilmourtour.com/Divulgação
Músico britânico faz o show mais importante| Foto: DavidGilmourtour.com/Divulgação

Estamos preparando um show especial. Estar aqui é algo que queria fazer há muito tempo. Estou feliz.

David Gilmourmúsico

O que deve rolar

Provável set list tem nove músicas da carreira solo e 13 do Pink Floyd, incluindo quatro da obra-prima “The Dark Side of the Moon”

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Em casa

Interessante também será assistir ao saxofonista curitibano João de Macedo Mello tocar em casa. O garoto de 20 anos irá se apresentar ao lado de Phil Manzanera (guitarra), Guy Pratt (baixo), Jon Carin (teclados), Stevie DiStanislao (percussão), Kevin McAlea (teclados), Theo Travis (sax e clarineta), Bryan Chambers e Louise Marshall (backing vocals).

Um leitor desta Gazeta escreveu, em comentário sobre a entrevista coletiva que David Gilmour concedeu em São Paulo na última quinta-feira (10), que “esses caras” do Pink Floyd eram famosos no Brasil há quase 40 anos. E que agora, “aposentados pelo INSS”, só querem arrebatar os jovens desta época e, de quebra, faturar uma graninha.

Medida coerente para avaliar a qualidade musical de um artista é a resistência ao tempo, o atravessar de épocas. Certamente, no show desta noite da Pedreira Paulo Leminski (de duas horas e meia), veremos filhos e pais com camisas do Pink Floyd. É um evento grandioso artisticamente primeiramente por isso: cria-se um ambiente em que se venera algo em comum independentemente da idade, em que as sensações ao ouvir “Wish You Were Here” ou “Comfortably Numb” ao vivo são compartilhadas instantaneamente num trocar de olhares, sem a ajuda de Snapchat ou Instagram. Isso é raro.

Embora não seja um show do Pink Floyd, David Gilmour, aos 69 anos, terá de contentar seu público com músicas da lendária banda, obviamente. Mas o que também tem na manga são as faixas de “Rattle That Lock”, ótimo disco lançado neste ano, o quarto da carreira solo, iniciada em 1978. Pretensioso como tudo que o Pink Floyd fez, o álbum também é épico e poderoso. E com músicas como “Today”, é capaz de levantar uma Pedreira inteira.

Banda infinita

Com letras escritas por Polly Samson – escritora e esposa de Gilmour que também está no Brasil para divulgar o livro “Um Ato de Bondade” (Record) – “Rattle That Lock” fala sobre um dia na vida de um homem de meia idade.

A primeira faixa é “5 A.M.”, citação à “4:30 AM”, música de abertura do primeiro disco solo de Roger Waters, de 1984. “A Boat Lies Waiting” é uma peça solene que homenageia Richard Wright (1943-2008), ex-pianista do Pink Floyd.

Com referências como essa, os concertos megalomaníacos de Roger Waters e as cutucadas entre ele e Gilmour desde as gravações de “The Wall” (1979), o Pink Floyd é uma banda que nunca acaba, e consegue assim renovar seus fãs.

Um dos melhores guitarristas do rock, dono de uma pegada única que alterna entre a melancolia e a psicodelia, David Gilmour se disse “feliz” por estar no Brasil.

Se tudo correr bem, deve ser esse o sentimento dos que forem à Pedreira nesta noite histórica.

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