
Com salários atrasados e plano de saúde suspenso, os músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), do Rio de Janeiro, se reuniram hoje em assembleia e debateram a possibilidade de greve. Segundo um dos músicos que esteve presente, foi decidido que, se a situação não for regularizada em 72 horas, o grupo paralisará atividades.
Nesse caso, o primeiro concerto a ser cancelado será na segunda-feira, dia 1.º de agosto, às 20h, na Cidade das Artes. Nesse dia, a orquestra se apresentará para o Comitê Olímpico Internacional (COI), com participações de Céu, Daniela Mercury, Mariene de Castro, Ganhadeiras de Itapuã, Djuena Tikuna e o Coro do Teatro Municipal do Rio.
Procurado pela reportagem, o presidente da comissão dos músicos, Nikolay Sapondjev, não quis comentar o assunto.
Atraso
A decisão dos músicos foi comunicada hoje mesmo à Fundação OSB, que administra a orquestra. Os salários dos músicos deveria ter sido pago no dia 6 deste mês, mas no fim de junho já havia sido enviado aos funcionários um comunicado da fundação avisando que haveria atraso.
“Devido ao cronograma de repasses apresentado pelos nossos patrocinadores, até o momento, infelizmente não conseguiremos efetuar o pagamento da folha no dia 6 de julho. De acordo com este mesmo cronograma, num cenário conservador, nossa previsão é que estes depósitos sejam realizados até o dia 20 de julho”, A nota dizia a noite.
Segundo um músico, que pediu para não ser identificado, a suspensão do plano de saúde não foi informada. “Ficamos sabendo na hora da consulta. Uma humilhação”, reclamou.
Apesar da insatisfação, um ensaio marcado nesta sexta-feira para o concerto do dia 1.º de agosto está mantido. O ensaio seguinte, na véspera da apresentação, poderá ser cancelado.
A última apresentação da orquestra foi no dia 2 de julho, também na Cidade das Artes. Outros concertos estavam agendados para acontecer nesse ínterim, mas já haviam sido cancelados. A Fundação OSB havia anunciado, no dia 13 de junho, que estava abortando 11 apresentações e postergando outras quatro devido à “redução das verbas de patrocínio causada pelas dificuldades no cenário nacional”. Os concertos cancelados eram com venda de ingressos avulsos, e não das séries de assinatura com venda antecipada.
Entre os patrocinadores da orquestra, estão o BNDES, a Carvalho Hosken e a prefeitura. As séries de assinatura são financiadas com aportes do Bradesco e da Brookfield.



