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Paiol recebe concerto de música medieval

Como parte da 34ª Oficina de Música de Curitiba, grupo Illvminata apresenta “El Llibre Vermell de Montserrat”

Instrumentos exóticos garantem sonoridade do séc. XIV | Divulgação
Instrumentos exóticos garantem sonoridade do séc. XIV (Foto: Divulgação)

O Teatro do Paiol vai soar como um mosteiro catalão do século XIV nesta quarta-feira (13). Isso porque o grupo de pesquisa e performance musical Illvminata traz ao palco o espetáculo “El Llibre Vermell de Montserrat – O Livro Vermelho de Montserrat”, baseado em um compilado de partituras medievais datadas de 1399, atualmente preservadas no Mosteiro de Montserrat, na Espanha.

Originalmente composto de 172 fólios duplos – folhas de papiro dobradas ao meio – ao longo do tempo diversos trechos se perderam, chegaram até nossos dias apenas o equivalente a 10 canções, todas em suas notações e linguagens originais (catalão, latin e occitano). Todas elas estão presentes no repertório e guardam entre si a similaridade da temática religiosa, de louvação e descrição dos milagres da Virgem de Montserrat.

Para recompor toda a atmosfera de época e reproduzir o mais fielmente possível as sonoridades originais das peças, a diretora geral do projeto, Daniele Oliveira, selecionou instrumentistas familiarizados com a pesquisa da música medieval – entre eles Carlos Simas (Gaiteiros de Lume, Clan Mac Norse), Carlos Ramos, Guilherme dos Anjos e outros – que trazem para o projeto instrumentos como nyckelharpa, alaúde medieval, cantelli e gaitas de fole.

Sobre a importância do resgate desse tipo de sonoridade Daniele observa: “Fazer esse tipo de música é um processo complicado. Pela escassez de referências bibliográficas, adaptações... Mesmo assim não deixa de ser vital, apesar de existirem grupos dedicados a essas vertentes musicais na cidade, existem ainda poucas manifestações. É importante oferecer uma cronologia cultural e fomentar o amor pela música antiga”.

Apesar da temática religiosa, o público pode esperar canções bastante vibrantes. Daniele menciona, a título de curiosidade, que no próprio manuscrito consta que, à época, o mosteiro contava com placas que aconselhavam ao público o comedimento do ímpeto. “Neste local são proibidas danças obscenas”, diziam os letreiros, o que demonstra a energia contagiante das composições. Havia inclusive instruções de modificações para execuções das músicas dentro e fora do mosteiro.

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