Os produtores culturais costumam dizer que até 95% dos ingressos vendidos para um espetáculo são meias-entradas. A desproporção é causada, na avaliação deles, pelo excesso de categorias beneficiadas e pela falsificação de carteirinhas de estudante, que são difíceis de fiscalizar.
Como quase toda a plateia paga metade do valor, é o valor da meia-entrada que vai acabar definindo o preço dos ingressos. Na prática, não tem meia-entrada para ninguém, e sim inteiras custando o dobro do preço para a minoria do público do show que não teve acesso a algum desconto.
Em vigor desde o dia 1º, a nova lei da meia-entrada, que possibilita ao produtor limitar a 40% da bilheteria os descontos para estudantes, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, foi uma iniciativa para viabilizar um benefício “real”.
Como a proporção de meias-entradas seria predeterminada e bem menor que as estimativas comumente usadas pelos produtores para definir os preços dos ingressos, os valores cobrados pela inteira poderiam ser menores. Os produtores, no entanto, não sabem como ela funcionará na prática.



