
Ao fugir da reprodução fidedigna de suas gravações de estúdio, a banda Truckfighters se tornou conhecida por suas performances únicas, sem cair nos vícios do improviso. “Todos os nossos shows são diferentes uns dos outros”, afirma o vocalista e baixista Oskar Cedermalm, que na última sexta-feira (13) apresentou a sua irreverente banda no palco do John Bull Pub.
Formada também pelo guitarrista Niklas Källgren e pelo baterista Axel Larsson, o grupo sueco tocou para um público engajado, que fez ecos em quase todas as músicas. Ainda que pesados e barulhentos, os riffs puderam ser apreciados com a mesma definição sonora que há nos álbuns.
O repertório passou por toda a discografia. Para abrir o show, os suecos escolheram a música “Mind Control”, que também abre o disco “Universe”, de 2014. Composto por músicas mais curtas, o disco é o mais conciso entre os quatro, ainda que faixas como “Mastodont” e “The Chairman” tenham ocupado, cada uma, mais de 10 minutos do show.
Músicas como “Atomic”, do álbum “Phi” (2007), e “The New High”, do disco “Mania” (2009), mostraram a versatilidade do trio. Apesar das longas passagens instrumentais e da afinação em drop- D – quando a corda mais grave é afinada um tom abaixo, para dar mais peso ao som –, os grooves e os vocais melódicos tornam a música surpreendentemente suave e descontraída.
“Desert Cruiser”, do primeiro álbum “Gravity X” (2005), fechou o show com todas as qualidades que faz da banda um case de sucesso. Com quase 2 milhões de visualizações no YouTube, a faixa carrega as características mais puras do stoner rock, com uma performance selvagem em uma paisagem sonora esfumaçada.
“É por isso que o Truckfighters continua tocando e encontra fãs no mundo inteiro, porque nós nunca fazemos o mesmo álbum várias vezes”, sugere Oskar.
Espírito punk
Sob os codinomes Ozo (vocal e baixo), Dango (guitarra) e Enzo (bateria), os suecos viajam o mundo sem estar presos às regras do jogo do mercado fonográfico. “Nós sempre fomos embaixadores do verdadeiro espírito ‘faça você mesmo’. Nós mostramos a muitas bandas novas que você não precisa ‘se vender’ para um grande selo ou gravadora para fazer sucesso”, defende.
Legitimados por público e crítica, o power trio nórdico independente se tornou o maior representante do stoner/desert rock contemporâneo.
“Nós começamos como uma banda de stoner mais tradicional, então eu acho que esse gênero marcou o Truckfighters. Mas hoje eu nos descreveria como uma banda de rock progressivo com fuzz”, define o baixista e criador do grupo.
Colaborou: Thaís Carvalho



