Nader e Simin, uma Separação é um poderoso drama político e social

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Berlim - Dentre os filmes mostrados ontem na 61.ª edição do Festival de Berlim, outro favorito a ganhar, no próximo dia 19, o cobiçado Urso de Ouro de melhor filme é Nader e Simin, uma Separação, de Asghar Farhadi, poderoso drama moral e social, que se passa no Irã dos dias atuais.

Simin (Leila Hatami) é casada com Nader (Peyman Moadi) e quer ir embora do Irã para dar um futuro melhor à filha, Termeh (Sarina Farhadi, filha do cineasta), mas ele desiste da viagem porque precisa cuidar do pai, doente com Alzheimer.

Quando Simin decide ir embora sem a filha, que opta por ficar com o pai e o avô, ele é orgulhoso demais para pedir que a esposa fique.

Para ajudá-lo a tomar conta do pai, Nader contrata Razieh, que está grávida e aceita o emprego sem o marido saber: ele jamais permitiria que ela trabalhasse numa casa em que a esposa não está presente.

Tendo como pano de fundo a sociedade iraniana atual, Farhadi traça, em torno dos personagens, um retrato intenso não apenas de homens e mulheres,pais e filhos, mas de justiça, religião, separação de classes e arbitrariedade.

Na coletiva, o diretor foi indagado sobre a situação do cineasta Jafar Panahi, preso pelo governo iraniano e impedido de vir à Berlinale, onde foi convidado para integrar o júri.

Faradi disse que as campanhas a favor de Panahi provocam sempre um movimento de repúdio ao governo iraniano e a luta por um discurso livre e a liberdade de expressão. "Para mim, é mais do que isso. Ele é meu amigo, como se fosse um irmão", afirmou.

O diretor declarou que concorda com os protestos por Panahi que estão sendo feitos aqui na Berlinale, e conclui: "Liberdade para o artista é a mesma coisa que água para peixe".

Faradi, que ganhou o Urso de Prata há dois anos com Procurando Ely, é um forte candidato ao prêmio de melhor filme. O longa tem a cotação máxima do júri da revista Screen, seguido do também forte e poderoso The Turin Horse.