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Mostra de Vídeo

Não-lineares e experimentais

Imagem do vídeo Rastro de Linhas, de Sandra de Berduccy, da Bolívia | Divulgação
Imagem do vídeo Rastro de Linhas, de Sandra de Berduccy, da Bolívia (Foto: Divulgação)

A 5.ª Bienal VentoSul, que termina neste domingo (11), tem como um de seus atos de encerramento duas mostras de vídeos, que serão realizadas na Cinemateca de Curi­­­­tiba. Hoje e sábado, acontece a Mostra VentoSul: Vídeos de Artista, com a exibição de 15 vídeos, com duração de até 15 minutos cada um, selecionados por Fernando Cocchiarale e Tom Lisboa. Ama­­­nhã e domingo acontece a mostra australiana In This Together, com exibição de sete vídeos, sob curadoria de Khaled Sabsabi. A Mostra Vento Sul: Vídeos de Artista, que teve a sua primeira edição na 4.ª Mostra VentoSul, em 2007, despertou a atenção de realizadores de diversos países e, de acordo com Lisboa, as produções selecionadas apresentam pontos de contato. "São audiovisuais que dialogam com animação, pintura e performance", afirma Lisboa. O curador conta que os vídeos escolhidos não têm diálogos (falas). "São produções em que as imagens falam por si, e essas imagens são o discurso dos realizadores", diz.Lisboa comenta que a opção da curadoria por vídeos sem texto terá, sem dúvida, alguns prováveis efeitos. Em primeiro lugar, esses 15 audiovisuais po­­­dem vir a ser exibidos em qualquer país do mundo, pois não são reféns de idiomas. "Em geral, a experiência de assisitir a um filme está diretamente ligada à ideia de que esse filme têm palavras. Esses 15 vídeos, que em sequência somam 1h15 de duração, vão proporcionar ao público uma experiência inusitada, pois eles não têm palavras", diz.

Chave de ouro

O fato de a Bienal despedir-se de Curitiba com essa mostra de vídeos, depois de mais de dois meses em que artistas de 30 países ocuparam espaços não-convencionais e não-óbvios da capital paranaense é – na avaliação de Lisboa – algo simbólico. "Os vídeos selecionados são, de maneira geral, todos não-lineares, como é a vida nesta contemporaneidade, e como não-linear é a forma como muitos artistas pensam e fazem arte", comenta.

Entre os destaques da Bienal, Lisboa cita a performance de Yu­­­kihiro Taguchi, artista japonês radicado na Alemanha que demoliu uma casa em Curitiba e utilizou os escombros para elaborar obras, como trave para campo de futebol e mesa de jantar. Taguchi filmou a destruição da casa e esse audiovisual será exibido hoje e no sábado, em meio à Mostra VentoSul: Vídeos de Artista.

"A Bienal VentoSul foi bem-sucedida porque conseguiu, efetivamente, fazer-se presente na realidade de Curitiba. Praças, locais de grande circulação de pessoas, como shopping centers, foram palcos de muitas performances", a nalisa Lisboa, que cita ainda palestras e encontros entre artistas como desdobramentos da Bienal.

Lisboa, artista visual e pesquisador de cinema, acredita que a Bienal entrou em sintonia com aquilo que, para ele, pode ser uma das finalidades da arte, que é a "deseducação", ou seja, a proposição de desafios, provocações e dúvidas, jamais de respostas.

Serviço: Mostra de Vídeos da Bienal VentoSul. Cinemateca de Curitiba (R. Carlos Cavalcanti, 1.174). Hoje (8) e sábado (10), a partir das 19h30, exibição de 15 vídeos da mostra Vídeos de Artista. Amanhã e domingo (11), às 19h30, mostra australiana, com sete vídeos. Entrada franca. Mais informações (41) 3223-8424.

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