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cinema

Nas últimas horas com Colin Firth em "Direito de Amar"

Um dos indicados ao Oscar de melhor ator, o inglês é a força-motriz do filme, drama que marca a estreia do estilista americano Tom Ford na direção

Referências a outros cineastas marcam estreia do estilista Tom Ford | Divulgação
Referências a outros cineastas marcam estreia do estilista Tom Ford (Foto: Divulgação)

São Paulo - Em um certo momento do filme As Horas, a personagem de Nicole Kidman, a escritora Virginia Woolf, faz comentários a respeito do livro que está escrevendo, Mrs. Dalloway, que narra um único dia na vida de uma mulher. "E aquele dia é a vida inteira dela", conclui. Isso serve como fio condutor para o filme inteiro, que conta um só dia na vida de várias personagens. Direito de Amar, que estreia nos cinemas nesta sexta-feira (5), tem muito em comum com aquele filme, e não apenas pelo fato de ter Julianne Moore no elenco e de a ação se passar em um único dia na vida do protagonista.

Filme de estreia do estilista norte-americano Tom Ford, Di­­reito de Amar encontra sua força na interpretação melancólica e contida de Colin Firth (Mamma Mia!), premiado no Festival de Veneza do ano passado, vencedor do Bafta e um dos indicados ao Oscar de melhor ator neste ano. O inglês compõe um personagem cheio de nuances e contornos dramáticos e, por isso mesmo, muito crível.

Como As Horas, Direito de Amar tem como protagonista um personagem homossexual. George (Co­­lin Firth) é um professor universitário que sofre com a morte de seu amante, Jim (Matthew Goode, de Match Point – Ponto Final), em um acidente de carro. Devido aos preconceitos da época, os anos 50, ele nem mesmo pode assistir ao funeral.

George passa então a planejar como será seu último dia de vida. Para ele, o suicídio não é uma saída, mas sua única opção, depois da morte do namorado. Mesmo assim, tenta levar normalmente suas últimas horas, como se fosse um dia qualquer: vai à universidade, dá aulas e combina um jantar com sua amiga Charley (Juli­an­ne Moore).

O diretor Tom Ford, que financiou o filme com recursos próprios, mostra conhecimento de cinema, especialmente do contemporâneo, evocando Wong Kar-Wai – no tempo fragmentado e na fotografia – e Pedro Almodóvar – uma foto gigantesca de Psicose, ao fundo de uma cena, remete diretamente ao cartaz da peça Um Bonde Cha­­mado Desejo em Tudo Sobre Minha Mãe.

Apesar de bem utilizadas, são referências que nem sempre se encaixam perfeitamente no filme. Não se sabe ainda se Ford irá seguir carreira como cineasta. Mas sua escolha do tema e do elenco mostram que ele pode ser um diretor destemido e ousado.

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