Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Ação

Negócio muito arriscado

O Legado Bourne não é ruim, mas fica aquém dos outros filmes da franquia

Aaron Cross (Jeremy Renner) e Marta Shearing (Rachel Weisz) fuga pelo mundo para salvar as pró­­prias vidas | Divulgação
Aaron Cross (Jeremy Renner) e Marta Shearing (Rachel Weisz) fuga pelo mundo para salvar as pró­­prias vidas (Foto: Divulgação)

O bom cinema de ação contemporâneo deve muito à Trilogia Bourne, franquia estrelada pelo ator Matt Damon, baseada na série de livros de espionagem assinada por Robert Ludlum (1927-2001). Desde o lançamento de A Identidade Bourne (2002), de Doug Liman, e sobretudo com suas sequências, A Supremacia Bourne (2004) e O Ultimato Bourne (2007), ambos dirigidos por Paul Greengrass, o gênero teve de se repensar.

Protagonistas onipotentes, infalíveis e indestrutíveis já não faziam mais tanto sentido diante de um sujeito falho, vulnerável e sem memória, ainda que corajoso, como Jason Bourne. Tanto que até mesmo James Bond, na encarnação vivida por Daniel Craig, passou por profundas transformações para se adequar aos novos tempos.

Talvez por isso O Legado Bourne, tentativa de dar continuidade à franquia que toma como base os livros de Ludlum, seja ao mesmo tempo uma aposta esperada e um lance muito arriscado, já que o que foi muito bom poderia acabar diluído em um produto derivativo e de qualidade duvidosa.

Bem, o resultado da empreitada, que estreia hoje nos cinemas brasileiros, está longe de ser um desastre, mas fica aquém de seus três antecessores.

O ótimo Jeremy Renner, astro de Guerra ao Terror, convence no papel de Aaron Cross, um superagente secreto que, como Jason Bourne, tenta recobrar tanto a identidade quanto a sua humanidade. Mas, para isso, tem de enfrentar tudo e a todos: a sua existência, ou melhor, sua sobrevivência, não interessa mais a ninguém, já que o programa ao qual estava ligado foi desativado e seus iguais foram eliminados.

Tony Gilroy, que escreveu a trilogia inicial e dirigiu um grande filme, Conduta de Risco, com George Clooney, tropeça em seu próprio excesso de ideias e não consegue entregar ao público um filme redondo, coeso e muito coerente. É preciso, no entanto, reconhecer as qualidades de O Legado Bourne.

Além da ótima atuação de Renner, um ator que lembra Sean Penn em sua intensidade e sutileza, o filme tem clima, boas cenas de ação e uma interessante tensão erótica entre Cross e a médica e cientista Marta Shearing (Rachel Weisz, de O Jardineiro Fiel), que também cai em desgraça junto ao tal programa de espionagem, e tem de fugir pelo mundo para salvar a própria vida. GG1/2

Classificações: GGGGG Excelente. GGGG Muito bom. GGG Bom. GG Regular. G Fraco. 1/2 Intermediário. N/A Não avaliado.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.