
O que o show feito pelo O Rappa em Curitiba na primeira edição do Lupaluna, em 2008, tem a ver com uma região de mata nativa de Piraquara, município da região metropolitana de Curitiba? Em princípio, nada. Mas uma região próxima do local onde maior festival de música do estado aconteceu no ano passado está "adotada" pela organização não-governamental Lupaluna Ambiental por um período de cinco anos para compensar a emissão de gás carbônico gerada durante a realização do evento.
A ação faz parte do projeto Condomínio Ecológico Lupaluna, uma das ações ambientais também presentes no Lupaluna 2009.
Surgido com o objetivo de estimular a proteção e a conservação de áreas naturais ameaçadas no sul do Brasil, o projeto, que tem suporte técnico da SPVS Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental se caracteriza pela adoção de reservas particulares do patrimônio natural, em especial as áreas de ocorrência de florestas com Araucária, Campos Naturais e Floresta Atlântica.
No início de 2008, foi adotada pelo Condomínio Lupaluna uma área remanescente de floresta nativa de um hectare dentro da chácara onde o evento foi realizado, na cidade de Piraquara, região metropolitana de Curitiba. Neste ano, uma nova área será adotada, ampliando a ação e eficácia do projeto.
"O Paraná perdeu muita mata nativa ultimamente", revela Milena Seabra, diretora de marketing corporativo da RPC. "É preciso manter estas matas. O Condomínio Ambiental Lupaluna surgiu com este objetivo. Além disso, queremos promover a preocupação com sustentabilidade no meio musical e artístico para que outros eventos dessa dimensão também adotem a mesma prática", completa.
De acordo com a SPVS, só no Paraná, região com 14 propriedades adotadas, a proteção dos remanescentes de Floresta com Araucária corresponde a 2,67% do total existente no estado hoje há menos de 1% de áreas de floresta com araucária em bom estado de conservação no Paraná. O total das áreas protegidas pelo programa, que existe há dois anos, retirou da atmosfera o equivalente a aproximadamente 250 mil toneladas de carbono.
"O programa surgiu da urgência de se manter em pé o pouco que ainda permanece intacto. "Lutamos contra o tempo, se não fizermos nada imediatamente vamos perder o pouco que resta", afirma o diretor executivo da SPVS, Clóvis Borges.
Além de iniciativas como a ONG Lupaluna Ambiental criada com o objetivo de informar, mobilizar e desenvolver projetos em benefício da natureza e o Condomínio Lupaluna, ações serão pontuais realizadas durante o evento, como a reciclagem do lixo gerado, utilização de óleo diesel vegetal nos veículos, uso de materiais mais adequados do ponto de vista ambiental, projeções de vídeos ambientais durante os intervalos dos shows, disponibilização de lixeiras adequadas para a separação do lixo e o incentivo à carona solidária.
Neste ano o Lupaluna acontece no BioParque, área de preservação ambiental e também próxima à nascente do rio Iguaçu. Além das mais de 40 atrações musicais, a preocupação ambiental continua tendo atenção especial, já que no evento será feito o pré-lançamento do projeto Águas do Amanhã. O objetivo é fazer o resgate e revitalização da bacia do Alto Iguaçu, que atualmente passa por um período de degradação.




