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Festival de Curitiba

Nova ordem no Fringe

Edição 2010 terá espetáculos divididos por gênero e programadores como Chico Pelúcio e Beto Andretta

O Despertar da Primavera: musical de Moeller e Botelho está confirmado na Mostra Con­tem­porânea |
O Despertar da Primavera: musical de Moeller e Botelho está confirmado na Mostra Con­tem­porânea (Foto: )
Não Sobre o Amor, da Sutil Companhia, será apresentada no Fringe |

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Não Sobre o Amor, da Sutil Companhia, será apresentada no Fringe

A edição 2010 do Festival de Curitiba promete pôr ordem na desordem do Fringe. O número de produções em cartaz continua crescendo (são 463 inscritos, novo recorde), mas a mudança será vista na distribuição dos espetáculos pelos espaços da cidade e pela intervenção de "programadores".

Se os planos do diretor do festival, Lean­­dro Knopfholz, se concretizarem, cada uma das 49 salas de tea­­tro envolvidas na mostra paralela abrigará um gênero: comédias para um lado, dramas para o outro. Para que o arranjo se efetive, o mo­­mento é de conciliar datas e ho­­rários, de modo que as animações com bonecos se concentrem no Teatro Dr. Botica e os espetáculos de dança e experimentais sejam direcionados ao Espaço Cênico (antigo ACT), por exemplo.

As categorias ainda são genéricas – ambições estéticas muito distintas cabem sob o mesmo rótulo de "comédia dramática" –, no entanto, constituem um primeiro passo para tornar a programação mais identificável pelo público e evitar que algumas montagens, principalmente as de fora, passem despercebidas.

Menos abrangente mas potencialmente mais significativa (se o parâmetro for qualidade) será a presença inédita de "programadores": Beto Andretta, fundador da Pia Fraus (Oceano), e Chico Pelúcio, ator do Grupo Galpão (A Rua da Amargura), são os primeiros confirmados. Cada um ficará responsável por montar a programação de um teatro, convidando as companhias para ocupá-lo. Andreatta já garantiu a vinda da paulista La Mínima com A Noite dos Palhaços Mudos, que deu o Shell aos atores Do­­mingos Mon­­tagner e Fernando Sampaio.

Leandro Knopfholz ainda negocia com outros dois respeitados encenadores residentes no Rio de Janeiro para que assumam a mesma tarefa. "Em médio prazo, queremos que isso ocorra em todas as salas", diz.

Sem cortes

As mudanças no Fringe acontecem quatro anos depois de um manifesto pedindo a reestruturação da mostra paralela ser entregue ao então diretor do festival Victor Aronis. O documento clamava, sobretudo, que a diretoria investisse em qualidade mais do que em quantidade. Nesse quesito, pouco muda. O atual diretor mantém o apelo à diversidade, embora admita ser improvável que exista público suficiente para quatro centenas de espetáculos.

"Não saberia que corte fazer", diz Knopfholz. Ele argumenta que não pode limar as peças que já participaram de edições anteriores por serem "essas que estão acreditando no festival e criando uma relação conosco". E que março é o "Natal" das produções comerciais.

O desafio de se destacar na multidão continua entregue às companhias, acima de tudo. Ini­­ciativas an­teriores, como a reunião de jovens grupos curitibanos na mostra Novos Re­­per­tórios, tiveram resultados positivos. Em 2010, infelizmente, a Novos Repertórios sai de cena, por decisão dos participantes, mas a Pequenos Conteúdos, ini­­­ciada este ano, será realizada mais uma vez no TUC. Um novo evento entrará na grade da programação: o De Repente, exclusivo para quem faz teatro de improviso.

Finanças

A intenção de coproduzir um espetáculo, manifestada por Leandro Knopfholz na coletiva de encerramento da edição desta ano, foi posta de lado com a justificativa de inviabilidade financeira. Em vez disso, o diretor do festival afirma injetar recursos para garantir que peças estreiem durante o evento. Em 2010, Leandro espera ter entre oito e dez estreias na Mostra Contem­porânea. Vida, o espetáculo que a Cia. Brasileira de Teatro prepara sobre textos de Paulo Leminski, será uma delas.

Depois da perda do patrocício da Petrobras em 2009, o próximo ano deve ser mais tranquilo. A estatal já confirmou a parceria, deixando a direção do festival com tempo hábil para se planejar – o que, espera-se, deve minimizar os problemas de logística vistos em março – e fechar a programação até 15 de dezembro.

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