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Mercado editorial

O admirável mundo digital

Seis editoras brasileiras, entre as quais a L&PM, se unem, pela primeira vez, com um objetivo comercial e fundam a DLD, empresa que vai lançar títulos em duas redes de livrarias do Brasil

Em seu site, a L&PM apresenta os títulos digitais, que são distribuídos pela DLD para serem comercializados nas livrarias Saraiva e Cultura | Reprodução
Em seu site, a L&PM apresenta os títulos digitais, que são distribuídos pela DLD para serem comercializados nas livrarias Saraiva e Cultura (Foto: Reprodução)

Desde o início deste mês, seis e­­­ditoras brasileiras se uniram, pela primeira vez, com um objetivo comercial. Record, Objetiva, Sextante, Rocco, Planeta e L&PM, juntas, formaram a DLD, que tem a finalidade de distribuir livros digitais. A L&PM, por exemplo, já comercializa 150 títulos digitais, mas a editora gaúcha não vende o conteúdo em seu site. É a DLD que faz a negociação, disponibilizando as obras nos sites das li­­vrarias Saraiva e Cultura.

Ivan Pinheiro Machado, sócio-editor da L&PM, conta que essa nova empresa foi uma solução que aproximou grandes selos brasileiros para um fim comum. No momento, há 500 títulos, das seis editoras, e até o fim do ano a meta é oferecer duas mil unidades. Machado acredita que a mídia digital é o futuro para o livro. "Tenho plena convicção disso. Inclusive, o livro é perfeito para o suporte digital. É apenas uma questão de tempo para que o suporte [digital] se torne realidade no Brasil", afirma.

Trajetória de desafios

Em agosto de 1974, há quase 37 anos, Ivan Pinheiro Machado e Paulo Lima somaram forças para fundar a L&PM. O "L" vem do sobrenome de Paulo, e o "PM", de Ivan. Eles seguiam relativamente "bem" até a década de 1980 – em 1987, atingiam a marca de 2 mil títulos publicados. Mas, com a chegada de grupos estrangeiros ao Brasil, houve um tremor de terra no mercado editorial.

"O grande desafio de uma editora, no Brasil, é sobreviver", diz Machado, que, em seguida, completa: "E, no nosso caso, o segundo desafio é ser uma editora nacional tendo a sede em Porto Alegre."

Seguindo o lema "quem não tem dinheiro, tem de ter ideias", diante de uma crise quase fatal, a L&PM lançou, em fevereiro de 1987, a primeira coleção de livros de bolso do Brasil, o que garantiu sobrevida à empresa. "O desafio de hoje, com o advento do mundo digital, não é uma ‘surpresa’. Há duas décadas, tivemos de nos reinventar, e conseguimos chegar até aqui", diz Machado.

O editor conta que a L&PM não se preocupa com o público gaúcho. "Nosso foco é nacional. As vendas no Rio Grande do Sul representam apenas 6% da nossa movimentação", comenta Ma­­chado, referindo-se à aceitação da coleção L&PM Pocket, com catálogo de mil títulos, que oferece livros em diversas gôndolas espalhadas pelo país, de padarias de bairros a revistarias de aeroportos.

Réplica

"O mundo digital é uma réplica do mundo físico. Hoje, em um primeiro momento, estamos reproduzindo na internet o que acontece com o modelo impresso. Posteriormente, vamos começar a produzir direta exclusivamente para o suporte on-line", afirma o publisher gaúcho.

Machado tem uma lista de vantagens desse novo suporte, mas ele faz questão de citar a distribuição. Para enviar volumes até o Amazonas, só de avião e, para chegar em alguns destinos, é necessário contratar o serviço de balsa. "Sabia que algumas balsas já afundaram com nossos livros? Com o livro digital, não há mais esse problema. Basta comprar, pela internet, que o livro ‘chega’", comemora Machado.

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