Um homem em busca da verdade sobre sua vida, sua origem, seu passado é o mote principal do longa "O Maior Amor do Mundo", uma das novidades das telonas. Usando a Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, como cenário, e comunidades da região, o longa, em suma, fala do amor universal, o sentimento que envolve pais, filhos e outras pessoas de nossa convivência com quem nos identificamos.
A melhor definição para a fita partiu do diretor Cacá Diegues: "é um road movie pelas ruas do Rio de Janeiro e através do coração de seu protagonista", vivido pelo ator José Wilker. Usando o recurso de contar a história usando cenas de flash back, o diretor nos leva por um caminho onde o que vale é a emoção, a necessidade do encontro, personificado pelo atormentado e solitário protagonista Antonio, em busca do seu passado. É um filme que trata do sentimento na medida certa, sem ser sentimental.
José Wilker disse que interpretar Antonio o fez recuperar, na memória, parte de sua história. "Tive que tocar partes do meu temperamento, do meu caráter que quase não tocava. Foi um trabalho bastante diferente da maioria em que participei porque me exigiu uma interpretação mais exteriorizada, concentração e economia" definiu Wilker, em entrevista concedida em Curitiba, onde esteve para o lançamento do filme. O ator disse que a convivência com os moradores da Baixada foi determinante para encontrar o personagem. Também foram importantes os encontros com o médico Draúzio Varella e com o astrônomo Marcelo Gleiser que lhe deram alguns toques de como o personagem poderia ser, já que se trata de um astrofísico brasileiro, radicado nos EUA que retorna ao Brasil para receber uma homenagem do governo após receber a notícia de que tem uma doença fatal no cérebro.
A fita traz também uma nova cena de sexo do ator no cinema, com a atriz Taís Araújo. "Depois de Dona Flor e Seus Dois Maridos eu tinha feito uma promessa pra mim de que não faria mais cena de sexo. Mas neste filme a cena me pareceu essencial, já que a história mostra a dificuldade do Antonio em reconhecer o outro", comentou Wilker.
Uma das boas surpresas que o ator teve durante as filmagens, em setembro de 2005, foi o encontro com um morador da Baixada, que fez questão de apresentar seus dois filhos: José Wilker e Wilker José. "Ele disse que acompanhava meu trabalho em novelas. Percebi que como ator a gente presta uma espécie de serviço social, só que no nível da sensibilidade", contou.
A produção assinada por Cacá Diegues é o quinto filme em parceira do diretor com José Wilker e é o 16.º filme do diretor, responsável por grandes sucessos do cinema brasileiro como "Deus é Brasileiro", "Bye Bye Brasil", "Quilombo" e "Xica da Silva", entre outros. Estréia nos cinemas nacionais após dividir o prêmio principal no Festival de Cinema do Mundo de Montreal, no Canadá, na segunda-feira (4), com a produção japonesa "Nagai sanpo".



