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DiCaprio (à esq.) está brilhante em seu papel de capitalista megalomaníaco | Divulgação
DiCaprio (à esq.) está brilhante em seu papel de capitalista megalomaníaco| Foto: Divulgação

5 indicações ao Oscar foram recebidas por O Lobo de Wall Street: melhor filme, direção, ator (Leonardo DiCaprio) ator coadjuvante (Jonah Hill) e roteiro adaptado.

Cinema

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O eletrizante O Lobo de Wall Street, novo longa-metragem de Martin Scorsese, e Os Bons Companheiros (1990), um dos títulos mais expressivos na notável obra do diretor nova-iorquino, são filmes mais do que aparentados.

Ambos são construídos em torno da seguinte ideia: contar a história de um homem comum, fadado a levar uma vida medíocre, sem grandes surpresas, e que, movido pela ambição, e por algumas artimanhas do destino, se descola da grande massa para viver aventuras tão extraordinárias quanto absurdas. Ainda que faça isso imerso em um mundo de vícios, corrupção e marginalidade.

O fascinante em O Lobo de Wall Street, que estreia hoje nos cinemas brasileiros, é que, enquanto em Os Bons Companheiros Scorsese explorava um universo familiar dentro de sua filmografia – a série B do crime, dando protagonismo a meros coadjuvantes da contravenção, como o anti-herói narrador Henry Hill (Ray Liotta) –, o cineasta, neste novo filme, mira o mercado financeiro. E o retrata como uma organização tão criminosa quanto a máfia. Efeitos colaterais inevitáveis de uma sociedade regida pelo poder do dinheiro.

O condutor da narrativa é o self made man Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio, brilhante), um corretor de ações que descobre que o caminho para a fortuna é enganar pequenos investidores, comendo pelas bordas o grande bolo do mercado de ações. Ele se revela, cena após cena, ao mesmo tempo assustador e profundamente complexo em sua humanidade dissecada ao longo das mais de três horas do longa. Mergulha no sexo, nas drogas e em seu delírio de ostentação, ao lado de uma gangue de asseclas fiéis, alguns impagáveis, como o também enlouquecido Donnie (Jonah Hill, excelente).

Indicado a cinco Oscars – incluindo os de melhor filme, direção, ator (DiCaprio) e ator coadjuvante (Hill) –, O Lobo de Wall Street pode incomodar bastante o espectador menos avisado pela opção subversiva de fugir do drama ou do suspense, optando por um tom algo farsesco, tragicômico e propositalmente histriônico, para narrar, em ritmo alucinante, a ascensão e queda de Belfort. Não à toa, o roteiro de Terry Winter, baseado no livro autobiográfico do personagem, é um dos favoritos ao Oscar. GGGG

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