O caminho até Dionne Warwick

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Burt Bacharach compôs e Hal David produziu a canção "Don’t Make Me Over" para uma cantora até então desconhecida. Era 1962 e ela se chamava Dionne Warwick. A gravadora, na verdade, errou seu sobrenome (Warrick), mas ela acabou adotando a grafia incorreta, enquanto a colaboração com Bacharach e David se tornou uma das mais marcantes na história da música popular.

"Burt, Hal e eu éramos conhecidos como o ‘casamento’ que deu certo. Eles escreviam e eu cantava canções sobre situações cotidianas com que as pessoas se identificavam e que nós havíamos experimentado em algum momento em nossas vidas", disse Dionne, comentando a parceria artística, em entrevista exclusiva ao Caderno G.

A cantora americana de 66 anos completa 45 de carreira e realiza uma série de espetáculos no Brasil. A turnê chega a Curitiba no dia 29 de agosto, uma quarta-feira, no Teatro Guaíra. Os ingressos já estão à venda.

Foi pelas mãos de Bacharach e pela voz de Dionne que surgiram "clássicos" como "I’ll Never Fall in Love Again" ou "Do You Know the Way to San Jose". Na capital paranaense, assim como nas outras apresentações que faz no país (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e Santos), a lista de músicas será inspirada nos maiores sucessos de sua carreira. "Eu pretendo cantar as canções que são mais conhecidas pelo público", explica.

Nas apresentações em São Paulo, ela deve ser acompanhada por artistas (e amigos) brasileiros. Algumas participações estão confirmadas, como as de Simone, Jorge Ben Jor, Ivan Lins e Gilberto Gil. Além de fazer aparições nos shows, eles se reúnem à diva para a gravação de um CD e de um DVD. Tudo durante a estada dela no Brasil.

Considerada um ícone da música americana, Dionne Warwick – hoje distante de Bacharach e David – diz que seus planos futuros estão ligados à Broadway. "Eu acho que esse será o próximo passo para mim."

Além de comemorar os seus 45 anos de carreira e a amizade com intérpretes e compositores da MPB, a cantora promete apresentar ao público sua neta, Cheyenne Elliott, de 12 anos, que venceu o concurso de uma rádio nos EUA e faz os vocais em duas canções da avó.

Que Dionne é uma inspiração para Cheyenne, é evidente. Mas e a menina, consegue influenciá-la de alguma forma? "Ela me mostrou as músicas que ouve e eu gostei de certas coisas, mas preciso admitir que posso viver sem algumas delas", conta.

A cantora não revela quais seriam as músicas que a desagradaram, mas lista as vozes que admira, como as de Mariah Carey, Usher, Beyoncé e Christina Aguilera. "Se quiserem, todos eles têm habilidade para conduzir carreiras longas", diz a cantora que faz shows no Brasil desde meados dos anos 60, afirmando que "todas as apresentações foram especiais".

"Eu sou aquilo que os ouvidos de quem ouve decidir que eu sou", diz a artista, feliz de não ser facilmente categorizável, sobretudo por transitar por diversos gêneros, do R&B ao gospel, passando pelo soul e pelo jazz. Ela acredita que sua relação com a música brasileira começou por influência de Bacharach, cujo trabalho, na sua opinião, assimilou vários elementos da MPB. "Então acho que tenho cantado músicas com influência brasileira desde sempre."

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Serviço: Dionne Warwick. Guairão (Pça. Santos Andrade, s/n.º), (41) 3304-7982. Dia 29 de agosto, quarta-feira, às 21 horas. Ingressos a R$ 280 (platéia), R$ 240 (1.º balcão) e R$ 150 (2.º balcão). Desconto de 30% para assinantes da Gazeta do Povo e para o Cartão Fidelidade do Teatro Guaíra. Desconto de 50% para estudantes e pessoas com mais de 60 anos. À venda na bilheteria do teatro ou pelo Disk Ingresso: (41) 3315-0808.