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O deus do metal, quem diria, é careca

Rob Halford, líder do Judas Priest, fez bonito no Anhembi | MRossi/T4F Entretenimento
Rob Halford, líder do Judas Priest, fez bonito no Anhembi (Foto: MRossi/T4F Entretenimento)

Pense no estereótipo do "metaleiro": jaquetas de couro, tachinhas, correntes, óculos escuros e... cabelão, certo? Pois Rob Halford, líder do Judas Priest, é a prova de que este último "acessório" é descartável para um verdadeiro ídolo do metal. Mais que isso: no sábado, na Arena Anhembi, no primeiro show da turnê compartilhada com o Whitesnake, o "cabeça de ovo" Halford deixou o cabeludo David Coverdale (vocalista da banda de abertura) no chinelo. Amigos de longa data, conterrâneos, contemporâneos – ambos completam 60 anos em 2011 – e ícones do rock (o primeiro do heavy metal, o segundo do hard rock), Rob Halford e David Coverdale tiveram desempenhos opostos em São Paulo.

Coverdale entrou com o Whitesnake pouco depois das 20 horas, exibindo a boa forma física, os trejeitos poseurs e a longa cabeleira que continuam fazendo sucesso na ala feminina do público roqueiro. Mas, se os cabelos continuam os mesmos, a voz... quanta diferença! O vocalista baixou o tom de praticamente todas as músicas, e ainda assim "pipocou" nos gritos mais agudos – como em "Here I Go Again". A apresentação só não foi de todo decepcionante graças ao medley "Burn/Stormbringer", da época em que Coverdale foi a voz do Deep Purple.

Rob Halford foi o extremo oposto: careca, com orelhas de abano, barrigudinho, cafona e homossexual assumido, deu uma aula de carisma e competência à frente de uma banda ponta dos cascos. Por volta das 22h10, a enorme bandeira com a logo da turnê Epitaph caiu, revelando a sinistra figura de Halford, que, vestindo um sobretudo de couro preto repleto de pontas metálicas, comandou a banda nos petardos "Rapid Fire" e "Metal Gods" (ambas do clássico British Steel, de 1980), e "Heading Out to the Highway", de Point of Entry (1981). Pena que neste início o som ainda estivesse meio embolado.

A partir daí, os técnicos acertaram a mão e o Judas mostrou toda a sua força. A turnê Epitaph – que passou ainda pelo Rio de Janeiro no domingo, segue hoje para o Chevrolet Hall, em Belo Horizonte, e encerra a etapa brasileira quinta-feira no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília – marca o fim dos grandes shows da banda britânica. Por isso mesmo, tem como propósito revisitar os melhores momentos dos 42 anos de carreira do grupo.

Com a capa de cada álbum no telão, o Judas Priest relembrou desde músicas do primeiro disco, Rocka Rolla, de 1974, (a rara "Never Satisfied") até canções mais recentes, como "Judas Rising", de 2005. Tudo isso com a ajuda de todos os clichês do metal: figurino, cenário com correntes, labaredas, jatos de fumaça, raio laser e até a famosa Harley Davidson de Rob Halford, a bordo da qual ele interpretou "Hell Bent for Leather". No fim, dois hinos: "Breaking the Law" (cantada inteiramente pela plateia) e "Painkiller", na qual o vocalista sexagenário provou que está com o gogó de um garoto. Em resumo: perfeito. GGG1/2

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